Relató(rio)s semanais 2011-2012

RELATÓRIOS ANO 2012.1

TEMAS: Pdedagogia Ecorelacional – Formação Freireana – Educação Indígena


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Relatório do dia 30 de março de 2012

Estar, sem estar presente
Ouvir, sem ouvir nada
Para, continuar em movimento
Sorrir, ao chorar dores e lágrimas
Abraçar, para continuar separado
Distanciar, para aproximar corações
(Raphael)


Iniciamos o encontro com um forte abraço coletivo trans-multi-supraGEADiano.
Em seguida, ouvimos/escutamos/sentimos a música “Sina” (compositor: Fagner). O prof. João Figueiredo indicou que, muitas vezes, nós “ouvimos, mas não escutamos a profundidade os sons”.

Eu venho desde menino
Desde muito pequenino
Cumprindo o belo destino
Que me deu Nosso Senhor
Não nasci pra ser guerreiro
Nem infeliz estrangeiro
Eu num me entrego ao dinheiro
Só ao olhar do meu amor
Carrego nesse meus ombros
O sinal do Redentor
E tenho nessa parada
Quanto mais feliz eu sou
Eu nasci pra ser vaqueiro
Sou mais feliz brasileiro
Eu num invejo dinheiro
Nem diploma de doutor

 Já para sistematizar a discussão do texto proposto para o encontro, o Prof. João Figueiredo, lançando as redes da Pedagogia Eco-Relacional (PeER), tentando captar os entes da horizontalização pedagógica[1], sugeriu de forma democrática/descolonializante que escolhêssemos entre três formas de organizar o encontro: (i) através da discussão do texto; (ii) pela apresentação de slides (iii) pelo uso do texto e dos slides.
Patrízia sugeriu que, ao invés das formas acima, discutíssemos a partir de perguntas relacionadas ao texto. Porém, a plenária sentiu que seria mais interessante trabalhar na forma (iii), uma vez que havia pessoas que não tinham acesso ao texto. Alertamos que: Não há o caminho; qualquer caminho é caminho; cabe ao caminhante percorrê-lo.
Assim, começamos a dialogar sobre a PeER. Esclarecemos que a “Pedagogia Eco-Relacional é orientada pela PER [Perspectiva Eco-Relacional]. Um de seus principais contributos é oferecer referenciais epistemológicos, pedagógicos e metodológicos para que a práxis educativa ocorra de forma a superar os processos opressores, colonializantes e subalternizantes das relações educativas. Incorpora a problematização, as relações afetivas, a contextualização e a dialógica, para potencializar a aprendizagem em grupo, com compartilhamento de saberes, conhecimentos e experiências[2].
Para ampliar o diálogo, Patrízia questionou ao grupo: “O que são processos educativos subalternizantes?”
A profa. Ana Maria resumiu, de forma profícua, a discussão desse ponto: “o que acontece é que tem gente que não acredita no diferente, que mudar é possível”. Para a mesma, devemos nos preparar para transformar o mundo. Falou um causo sobre uma pessoa que dava abraços grátis, mas com uma bóia para proteger-se do contato mais diretor com o outro. Ou seja, é um abraçar para ficar longe. Destarte, ela comentou sobre a avaliação subalternizante (norma) em contraste com sua forma oposta (criterial).
Para Mazin, a PeER se baseia na práxis dos autores, o que a torna atrativa para os aprendentes.
Já Raphael, falou que a PeER é muito interessante para os processos de formação inicial na universidade, uma vez que os futuros professores possuem uma tendência em reproduzir aquilo que seus professores fazem, o que não exclui a possibilidade de resistência/transformação de suas práticas. Para os formandos, ao tomarem contado com uma perspectiva pedagógica não-opressiva, eles podem escolher politicamente essa forma para sua práxis docente.
Destarte, Mazin disse que a PeER “coloca em cheque a pedagogia tradicional”.
Em seguida, Renata proferiu uma oração que chamou a atenção de todos e todas: “estamos todos dispostos a dar-se”.
Nesse sentido, o ato de reconhecer (dar-se conta) os processos subalternizantes, potencializa formas (estratégias) para superar, numa perspectiva dialógico-dialética, a lógica hierarquizante e opressiva.
Mazin, perguntou “que estratégias podemos desenvolver para reconhecer esses processos subalternizantes?”
·         A seguir, resumimos alguns pontos discutidos pel@s GEADian@s:
·         Alterar a disposição das cadeiras;
·         Problematizar pequenas coisas da docência;
·         Diálogo sincero;
·         Ter a iniciativa de falar, sem esperar o professor (mas sem persuadi-lo);
·         Reconhecer-se como opressor;
·         Ter na afetividade um aspecto da aprendizagem.

Considerando que a PeER aceita a cultura popular como uma base cultural da práxis d@s aprendentes, San proferiu um ditado popular: “ a gente dá o monossílabo, e ainda querem ele raspado”. Uma forte discussão segui-se acerca dessa frase.
Noutro sim, o prof. João Figueiredo falou que a PER “se baseia nas múltiplas dimensões e nas suas relações, formando um emaranhado quântico”.

[1] Assim, é nosso propósito apresentar elementos que potencializem (re)pensar a formação docente que se apóia em processos de subalternização (Azibeiro, 2005), na lógica cognitivista, conteudista e bancária (Freire, 1983). Para tanto, propomos a Pedagogia Eco-Relacional (PeER) como alternativa epistemo-metodológica para enfrentamento desta problemática. (SILVA; FIGUEIREDO, p. 1)
[2] Ibidem, p. 4.
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Relatório Gead  18/05/2012

1° momento: Dançamos quadrilha. (Olha a cobra!!!)
2°momento: Organização da frente de apoio da tese do Manuel.
Novo geadiano: Jairo. (Seja bem vindo e sinta-se num bar a beira da esquina.)
Discussão em torno da utilização das canecas no Gead e não dos copos descartáveis. “Vamos lavar o caneco mesmo sem usar, pra gente se acostumar a usa-los, pois muitas vezes a gente não usa pra não sujar e ter de lavar’ (Acho que fomos chamados de preguiçosos.)
Manuel fez a leitura da carta de Paulo Freire distribuída pela Camilla extraída do livro Pedagogia do oprimido.
Rememoramos as cinco palavras marcadas como fundamentais no encontro passado, a saber: humildade, amor, fé, diálogo e ‘ser mais’.
Colocações sobre o testículo de Freire:
Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos [seres humanos]. Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há, amor que a infunda.
Sendo fundamento do diálogo, o amor é, também, diálogo.(Freire)
Pronunciar o mundo? Por que é preciso amor para essa pronúncia? Não posso pronunciar o mundo sem amor? Por quê?
O amor é também diálogo à diálogo é amor.
A pronúncia não é autoritária, a pronúncia é um ato de amor, o amor é tecido no diálogo e para que o diálogo exista é preciso disposição para amar e vice-versa.
Quanto mais amoroso mais dialógico, quanto mais dialógico mais amoroso. Necessidade de estabelecer relações horizontais, da humildade, da fé, do respeito a diferença e o reconhecimento da riqueza da diferença no outro.
O que vem primeiro o amor ou o diálogo?
O silêncio. (Maclécio)
O silêncio ás vezes prepara o ambiente para o diálogo.
Diálogo são apenas palavras? E as outras linguagens do corpo, do espírito?
O diálogo começa na predisposição para o diálogo.
O silencio é extremamente dialógico. (Ás vezes, nem todo silêncio é dialógico). Falso silencio, nele você não escuta, ele é um simples deixar falar
A humildade da qual nos fala Freire não é generosa no sentido de tolerante. Mas no sentido de reconhecer que o outro tem algo importante a falar e no crescimento em direção a ser mais que esse diálogo proporciona.
O ‘falso silêncio’ e o ‘falso diálogo’ são passos importantes na busca de uma trajetória dialógica, no sentido que são uma tentativa de implementação de tal prática, mas são muito mais perigosos se ficam apenas nisso, não evoluem para uma postura deveras dialógica. Será que a pessoa se percebe como tal? Ou acredita que realmente esta sendo dialógica?
O diálogo em sala de aula muitas vezes como imposição, valendo como nota de participação. Isso é diálogo?
Os professores estão realmente abertos ao diálogo? O aluno está?  Que tipo de atitude dialógica tem se buscado construir no ambiente do ensino institucionalizado?
Casos de família: Night break = Notebook
 hiago coagido a não falar por Ana Maria, ela ainda não lhe deu uma nota. Kkkkkk
Diálogo a questão é também de postura. Importância da postura horizontal.
Dialogicidade e as novas linguagens (grafite; pixação, redes sociais):
Paredes UECE: ‘ Paredes limpas, povo mudo’ resposta’ Parede suja, povo imundo. ’
Pixação: A expressão de forma livre é criminalizada.
Que o silêncio não seja imposição. (nem o diálogo)
Com relação a prática dialógica, tem professor que quer ser ‘professor’.Quer falar e ser ouvido, se é pra atrapalhar a aula que o aluno atrapalhe da forma certa não errada.
Quando a pessoa está como professor esquece que é gente e esquece que o aluno é gente.
O maltrapilho como professor ainda é muito chique comparado ao maltrapilho como gente.
O diálogo se dá em grupo, não entre pessoa isoladamente. Grupo aprendente, grupo epistêmico. O diálogo isolado não altera o clima em sala de aula. Necessidade de tornar a sala de aula mesa de bar, esquina. Um espaço onde as pessoas se sintam a vontade para dizer ‘besteiras’, pois enquanto elas não se sentirem assim não vão dizer nada.
Onde há opressão, há resistência.
Onde há relação, há resistência.
As relações cotidianas são de opressão.
Experiências/ causos:
Em Irauçuba os alunos produziram de material para divulgação de informações través de múltiplas linguagens, rádio novela, teatro, esquete, história em quadrinhos. (criatividade, domínio de múltiplas linguagens)
Acordo de convivência entre professor e alunos construído pelo coletivo, os próprios alunos foram rígidos de mais com eles mesmo em seus deveres. As reinvidicações trazidas pelos alunos foram um grande barato.
Coordenadores de área, muitas vezes vão assistir às aulas dos outros professores para controlar, fiscalizar, vigiar e não buscando uma ação colaborativa.
Diferença entre ser e estar.
A sala de aula ser um não lugar no sentido da utopia, da possibilidade.
Espaço do grupo é o espaço de opressão dos geadianos. kkkkkkkkkk
Ficar atento a limpeza da sala, se não vão dizer que as borboletinhas são porquinhas.

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RELATÓRIOS ANO 2012.2
TEMAS: PER – Colonialidade da Mãe Natureza
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Relatório GEAD 14.09.2012

Tema: As metáforas da PER
Sorteio do CD de Diassis Martins, o Rei da vaquejada. Parabéns Virgínia, você ganhou.
Iriamos começar o encontro e as discussões com o glossário, mas como os grupos não o fizeram, o grupo marcou o prazo da última sexta feira do mês para os grupos entregarem o glossário sobre as metáforas da PER.
O professor João conduziu uma dinâmica partindo da música Frevo da Lua de Alceu Valença. A dinâmica consistia em ouvir a música. Escrever a parte que mais lhe chamava atenção ou o sensibilizava. Depois trocamos os papéis entre nós, em seguida a pessoa dizia por que achava que o colega tinha escrito e posteriormente o autor da colocação se pronunciava.
Fizemos uma rodada de apresentação dos Geadianos, novas companheiras Virgínia e Iderlenia.
A partir da música discutimos o carnaval, em particular de Olinda, a relação das comunidades Indígena em especial de Thiago com a lua, o vazio do não escrever que pode dizer de mais ou de menos, a relação da lua com o estado de espirito de algumas pessoas (pessoas de lua). Se a lua enfeita a cidade, ela adorna o campo.
Discutimos a dificuldade em exercitar a arte da escuta. O fato de as nossas imagens serem mediadas de acordo com a nossa percepção do mundo. A necessidade de se colocar em outros lugares, mas sabendo que nunca saímos completamente do nosso lugar, tão pouco, ocupamos o lugar do outro por completo. A sensação de não esta sendo avaliado, muitas vezes nos faz repetir o que vivemos no cotidiano. Entender que o simples e complexo e que ser complexo não significa ser complicado. O complexo se dá no tear junto, na percepção das transdimensionalidades. Discutimos a diferença entre auto-diálogo e monólogo. Nós próprios somos estrangeiros em nós mesmo.
O autodiálogo ocorre assentado no amor, na autoestima, na humildade, na compreensão do que o que eu penso não é só meu, na esperança sermos capazes de sermos mais, na fé e na criticidade, no desvelamento da compreensão do que eu compreendo. Essas dimensões tem um sentido didático, elas não podem ser separadas. No monologo você fala só com você e quando você fala com o outro é pra encontrar elementos que confirmem sua hipótese.
A linguagem e social. A pessoa que pensa que é fechada em si mesma.
Qual o limite entre o diálogo e o monólogo?
Ter consciência que aquilo que você pensa já é uma produção coletiva, reconhecer os contributos dos outros, perceber que existem os antagonismos, o constante questionar, saber que a diferença nos constitui e o outros nós potencializa. Saber que o que você desconhece é o que você aprende.
Mesmo partindo da lógica errada você pode chegar ao lugar certo.

A metáfora tem uma intencionalidade, mas pode ser redimensionalizada. Lógica do mote (norte, tema) e do glosa (criar a partir do dito, fazer uma leitura, uma interpretação do que é proposto). Como no caso dos repentistas.

Glossário do dia:
Uma pessoa lacônica e o oposto de uma pessoa prolixa.
Abufelamento transrelacional.
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Relatório 21.09.2012

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 Encontro Gead – 21 de setembro de 2012
Tema: Perspectiva Eco-Relacional – dimensão espiritual
Responsável – João Figueiredo


Iniciamos o nosso encontro assistindo um vídeo “A Força do Toré”. De acordo com depoimentos de alguns indígenas no vídeo, o Toré é uma dança sagrada, através da qual el@s encontram-se mais intensamente com a espiritualidade, o Pai Tupã, a Mãe Natureza.
“O Toré é a força dos índios” (fala de um indígena)
“É quando eu saio de mim mesma” (fala de uma indígena).Em seguida, escutamos trechos de músicas dos Tapeba, cantadas por crianças.

Quem deu esse nó não soube dar/quem deu esse nó não soube dar
esse nó tá dado eu desato já/ esse nó tá dado eu desato já
ou desenrola essa corrente/ e deixa o índio trabalhar
ôô desenrola essa corrente e deixa o índio trabalhar

Sahm inspirado no Livro “O Massacre dos gatos” propõe que alguém do grupo trabalhe com os contos indígenas, as inúmeras versões, as formas de transmissão.
João comenta que desde a época do seu doutorado, há mais de dez anos, tem vontade de trabalhar com a educação indígena. Diz que quem começou esse trabalho no Ceará foram a Sandra Petit, a Ângela Linhares e o Babi, e que, nesse tempo, muita coisa já foi conquistada.
Neste ponto, partimos para a apresentação e discussão do texto que foi proposto para a reunião de hoje: HISTÓRIA, EDUCAÇÃO E RELIGIOSIDADE NA PERSPECTIVA DA DESCOLONIALIZAÇÃO, de autoria do João.
- A etnicidade como critério para a hierarquização Branco> Índio > Negro, para negar a humanidade aos outros povos.
- Sahm fala de Hans Staden, um alemão que veio ao Brasil e escreve sobre estes “primeiros tempos”. Monteiro Lobato fez uma adaptação das histórias de Staden. Sahm indica também o livro “Cronistas do descobrimento”, uma antologia organizada por Antônio Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa, com introdução ponderada e didática, apresentando um panorama dos textos produzidos pelos cronistas do século XVI. Os autores selecionaram passagens de mais de doze obras apresentando um panorama abrangente dos primeiros contatos dos europeus com o território brasileiro e com os povos indígenas, dando-nos oportunidade de conhecer fatos sobre o nascimento do Brasil através da palavra de quem viveu os acontecimentos. Os textos dos cronistas se parecem com uma grande obra de aventura, que nos surpreende a cada passo.
- Ocupação das terras indígenas, onde há vida a recursos que a viabilizam, crença que os índios conheciam e sabiam onde estava o ouro.
- Pensar: por que a Grécia é tida como o berço da civilização ocidental? Como conseguiram enquadrar a Grécia no continente Europeu? Porque diz se que o teatro surgiu na Grécia, se as máscaras existiram nas mais antigas ‘civilizações’?
- Pensar a religiosidade como integrativa, pensar uma práxis total, tudo engloba tudo.
- Debatemos sobre o yvy marã ey, mito Guarani da “terra sem males”. Lá não acontecem guerras, fomes nem doenças. Decorre do Mborayu. Também procuramos entender o Mborayu, traz como significado a solidariedade tribal, o compartilhamento de tudo com tod@s da tribo.
- João traz a experiência da ESCOLA DA PONTE, desenvolvida por José Pacheco. Uma escola destinada a ‘Crianças-problema’. No momento em que Pacheco ia pedir demissão encontra duas professoras estudando. Ele se surpreende com o que observa. Elas liam um livro sobre afetividade, de Freinet. Ele desiste de se demitir e monta um grupo de estudo junto com as duas professoras. Derrubam as paredes das salas, juntam as turmas e passam os três a ministrar aulas para os alunos. Seus estudantes começam a ter bom êxito nos exames de avaliação, estando entre os melhores classificados. José Pacheco chega mesmo a ser eleito prefeito devido ao sucesso da escola e amplia essa metodologia. Atualmente a gestão dessas escolas está sob o controle dos Pais dos alunos. Atualmente, ele se encontra morando no Brasil, procurando compartilhar e vivenciar essa experiência na realidade brasileira. Cita o caso de uma escola que gira em torno de um circo.
- A noção de espiritualidade é um dos mais fortes motivos para colonializar.
- Um elemento da colonialidade: a mania das pessoas serem representantes de Deus na Terra.
- Alguns professores parecem ter a “síndrome de Gabriela”: ‘Eu nasci assim, eu cresci assim, E sou mesmo assim, vou ser sempre assim...’. Discurso padrão: ‘Não tenho tempo pra estudar, ler, mudar minhas aulas. Não tenho espaço pra mudar, tenho de seguir o currículo’.
- Pensamento Abissal (Boaventura): no oceano existem as fossas abissais, onde a iluminação do sol não alcança. Lá existe uma pluralidade de vida que fica invisibilizada pela ausência de luz que incide sobre essa região. Assim se dá com as outras formas de produzir conhecimento e viver que não estão de acordo com a lógica dominante. Conhecimentos Marginais: Filosofia, Teologia, Artes.
- “Se você tem uma ideia incrível é melhor fazer uma canção, pois filosofia é feita em Alemão”.
- Hoje podemos afirma a espiritualidade através da quântica.
- Razão indolente (Boaventura): racionalidade amortecida, dormente, amaciada, domesticada. Isso gera um desperdício da experiência social. É pior que a viseira que põem no cavalo, pois ele ainda pode olhar para o lado.
- (Boaventura) sugere uma Sociologia das ausências: refere-se a estudarmos o que não é percebido.
- O que deve regular é o emancipar.
- Pensar em políticas populares ao invés de políticas públicas.
- Autoridade vem de autoria.
- Episteme de relação: Todo conhecimento é produzido em relações.
- No Brasil tem um monte de gente trabalhando com o construtivismo, tá na hora de incorporarmos o destrutivismo.
- Quem gosta de música “sertanoja”?¡
- Espiritualidade como inerente ao ser humano, perpassando todas as dimensões e relações. Espiritualidade vivenciada 24 horas por dia.
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Relatório GEAD – 28 de setembro de 2012

* Comemoração dos aniversariantes de setembro – Patrízia, Anúsia e Valéria (só estava presente a Patrízia).
* 1º momento: escuta afetiva –> músicas Torém e Toré alternadamente – para que tentássemos perceber a diferença entre elas.
* Momento meditativo – com músicas indígenas.
* Atividade corporal – o grupo se dividiu em duas equipes. Cada equipe fez uma representação do que é ser índi@, primeiro, individualmente, e em seguida, em equipe.
* Coletivização das impressões:
1º GRUPO
- Marisol -> Maclecio e Camilla: estava rezando. Karol a viu meditando. Deyse a viu agradecendo; ligação com os encantados. Patrízia: oração. Marisol se sentiu contemplada pelas interpretações.
- Manoel -> Karol ficou em dúvida: pilando ou arco e flecha. Sahm o viu com arpão. Patrizia e Maclecio e Camilla o viram pescando. O Thiago disse que alguns indígenas pescam com vara e outros com minhoca. Manoel se sentiu contemplado pelas interpretações; estava pescando com vara.
- Flávia -> Patrizia: dançando. Karol: segurando a maraca. Sahm pensou nos anciãos, com vara, cajado. Maclecio a viu com um pilão. Camilla: pilando. Flávia: as danças, o cajado.
- Thiago -> Sahm: choro, lamento; rituais fúnebres. Maclecio: choro e lamento pela terra. Camilla viu o sofrimento dos indígenas “descoisados”, excluídos. Patrizia viu o sofrimento pela terra. Karol: pensando. Thiago: tem um misto desses sentimentos de tristeza, mas esconder o rosto como vendo a discriminação, a injustiça que acontecem com as comunidades indígenas; a perda da terra, como a nossa comunidade que está sendo arrancada da terra. Você quer gritar, denunciar o que está acontecendo, mas é tanta injustiça que é melhor esconder o rosto.
- Erica -> Maclecio: parecia tanto uma leitura ou segurando uma criança ou contemplando algo. Karol: segurando um pote. Camilla: segurando uma criança ou um pote. Sahm: segurando uma cça. Erica: tive dificuldade em fazer; a primeira coisa que pensei foi colocar o pé no chão; era uma criança mesmo.
- Virgínia -> Sahm viu artesanato, cesto. Karol: segurando uma bacia. Patrizia e Camilla: cuidando de uma criança. Deyse: crianças. Virgínia: era uma criança.
- Coletivo: Sahm: o grupo estava representando um grupo. Camilla: união, força, toré. Patrizia: dança indígena. Deyse: ritual indígena. Maclecio: decisão da aldeia.
Samh falou do “lamento sertanejo”, de Gilberto Gil. “Quando o Thiago falou, eu me lembrei dessa música”.
Flávia, que veio do Paraná, é descendente dos Guarani e compartilhou conosco o “lamento dos Guarani”.
João fala da espiritualidade das oprimidas, que é uma maneira de resistir. A esperança, para esses povos, é a única alternativa. (Vitor Valla).
Sahm cita Clarice Lispector: “a minha revolta é alegria e eu grito aleluia! aleluia!”.
2º GRUPO
- Karol -> Manoel: estava amamentando. Thiago: eu vi uma mãe cuidando dos filhos. Erica: eu associei com colheita, tipo jogando grãos. Virgínia: eu achei também que ela estava com uma criança. Marisol: eu vi singeleza, beleza, maternidade. Flávia: eu vi feminino, fertilidade. Sahm: colheita tem a ver também com feminino, fertilidade. João: em se plantando, tudo dá. Karol: eu estava, pensei numa criança, num cuidado, não só com criança, mas que reflete na comunidade.
- Patrízia -> Manoel: estava nadando. Virginia e Erica: mergulhando. Thiago: alegria, dando uma “tainha” no rio. Marisol: mirando. Patrizia: identifica “indigianidade” com água; água enquanto fonte da vida.
- Deyseane -> Manoel, Thiago: estava pintando o rosto. Maclecio: estava esfoliando a pele. Flávia: identidade. Manoel: estava se preparando pra luta. Thiago: a pintura é a armadura do índio. Deyse: eu pensei na caracterização, na forma de ser, por isso coloquei a pintura.
- Maclecio -> Erica e Manoel: observação. Thiago: ele me tirou do estado de tristeza, acho que ele quis mostrar que ser índio é ser normal. Marisol: achei que ele estava contrariado; não estava se reconhecendo no que via. Maclecio: eu acho que a explicação de todo mundo conseguiu explicar o que eu estava tentando fazer e não sabia o que ia fazer. Olhar contestativo.
- Sahm -> Marisol: eu vi o cuidado; vi uma reflexão que é tão simples cuidar do outro. Flávia: lá no sul, contam que as tribos colocavam piolho nos brancos, pras índias catarem e iniciar uma aproximação, um diálogo. O Thiago disse que piolho é coisa de branco. Sahm: era isso mesmo.
- Camilla -> Flávia: entrega, feminino. Virgínia: sendo catada.
- Coletivo -> Thiago: eu vi um bocado de coisa ali, ao redor da pesca, da fogueira, de uma árvore fresca. Manoel: pajelança. Virgínia: cura. Marisol: alguém estava assando peixe, diversão, contar história. Coletivo: em volta de uma fogueira contando história.
Música de Maria Alcina: “mamãe, ai que calor, calor na bacurinha”...
Agora vamos começar a reunião (de onde paramos na sexta passada).
JOÃO:
A espiritualidade indígena, diferente da ocidental, é focada no agora; integra céu e terra.
Sacralidade da natureza: o João Venâncio diz que a natureza é o pai e mãe dos Tremembé, nesse sentido sagrado, de gerador, de cuidador. Isso é compreender a natureza como Deus ou Deusa.
Como é a relação entre a religião protestante e a tradição indígena?
THIAGO:
há um preconceito, alguns acham que a roda de Toré é “macumba”. Mas acontece um convívio entre a religião e a tradição indígena. Indígena não é religião.
PATRÍZIA:
O pai do Thiago diz que eles são mais cristãos do que os cristãos...
JOÃO:
Sociologia das ausências: Boaventura diz que há uma manipulação social que invisibiliza o que não se quer que seja visto. Precisamos ter consciência dessa sociologia das ausências, de que o que não está visto, não está por alguma razão. Desvelar essas ocultações intencionais. Saberes dialogam entre si e saberes diferentes potencializam essa visibilização. Reconhecimento do que está escondido.
Co-laboração: laborar com... trabalhar junto.
Unir para a libertação:
Organização: organicidade, busca da unidade que não nega a diversidade.
Síntese cultural:
Esses eixos estão integrados.
SAHM:
As relações afetivo-sexuais são também relações políticas. Cita Brandão, que fala em aprender o amor, não em ensinar o amor.
Nós somos subjetividades computadorizadas.
1001 “pegáveis” na UFC – blog.
Descartabilidade – das coisas e das pessoas. Mata a espiritualidade.
JOÃO:
Inter-trans-conscientização: entrar em contato. Não acontece na pressa, na urgência. Para Valla, o espaço da religião popular é o espaço do encontro, do apoio, de ajuda mútua.
O que nos colonializa também pode ser usado para nos libertar.
Diálogo inter-trans-religioso: religião como religare, como espiritualidade.

Novas expressões para o dicionário geadiano:
- zoossexualidade
- ponto de interrogatório
- catar em Catarina
- desavença linguística
- subjetividades computadorizadas

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RELATÓRIOS ANO 2011.1

TEMAS: Concepções de EA e colonialidade dos integrantes do grupo – EAD – PER – Colonialidade – Interculturalidade
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Relatório do dia 18/02/11

Terça-feira, 22 de Fevereiro de 2011 23:34

De: "pollyanam" <pollyanacris@hotmail.com>
Para: geadufc@yahoogrupos.com.br

 
Na reunião do dia 18/02/11 houve uma atividade onde todos deveriam expressar por meio de desenhos seus anseios quanto ao GEAD.

Cada integrante recebeu três folhas em branco onde na primeira usamos para fazer o desenho dos nossos desejos, a segunda dobramos ao meio, recortamos, entregamos uma metade para a pessoa ao lado, dobramos novamente a metade e em um dos pedaços escrevemos o título do nosso desenho.
Após o processo de produção, todos mostraram seus desenhos e o restante do grupo interpretava depois o produtor da obra explicava o que significava de sua arte.
Os desenhos foram muito diversificados, assim como a constituição do grupo, teve desenhos:
Que expressavam diversas formas de rir demonstrando que no GEAD a muita felicidade;
De flores com uma borboleta que indicava que cada componente do grupo é uma flor acolhida por uma borboleta gigante;
Muitos bonequinhos de mãos dadas, representando a passagem de boas energias de uma pessoa para a outra;
Beija-flor que afagava uma flor, demonstrando a acolhida carinhosa do grupo;
Um boneco gigante com asas onde no local da cabeça havia uma casa expressando o domínio do respeito e bons sentimentos sobre a selvageria da zona urbana;
Com milhões de informações, representando que toda e qualquer diversidade se integra facilmente ao grupo;
Bonequinhos numa comunidade litorânea, representando a relação do grupo com o mundo externo a salinha de reuniões;
boneca com a cabeça aberta cheia de idéias, demonstrando a o movimento de pensamentos existente;
uma espécie de pergaminho, expressando os frutos acadêmicos.
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Relatório 18/02/2011

Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2011 12:58


De: "Marcelo Aguiar Távora" <marcelobiologia@hotmail.com>
Para: "Grupo GEAD" <geadufc@yahoogrupos.com.br>

 
Felicidade. Essa é a palavra que melhor descreve a primeira reunião do GEAD em 2011. Ela parecia estar presente em todos. Estávamos felizes pelo reencontro, pelo recomeço, pela defesa de dissertação, por isso, por aquilo..... "Viver! E  não ter a vergonha de ser feliz".
De mãos dadas, trocando energia, compartilhando a felicidade, conectando-se com a natureza, abraçando bem forte e sentindo o coração do outro....foi assim que iniciamos as atividades em 2011. "E a vida o que é? Diga lá, meu irmão. Ela é a batida de um coração!"
Papéis e lápis de cera. Tod@s desenhamos o que esperamos (desejos e sentimentos) do GEAD em 2011 e ouvimos as mais diversas interpretações. Ouvir, é aprender. Aprender, é viver! "Cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz."
Ah! Não esqueci do momento "o que é, o que é". Não lembram? Gonzaguinha nos presenteou com ele. Meditamos sobre os trechos dessa linda canção. Tentávamos, então, compreender Gonzaguinha. Tentávamos compreender a Vida. "Há quem fale que é um divino mistério profundo, é o sopro do criador numa atitude repleta de amor."
Amor...me lembra Vida...que me lembra Felicidade, palavra que descreveu a primeira reunião do GEAD. 

Abraços,

Marcelo Távora
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Relatório 18.02.11
Quinta-feira, 24 de Fevereiro de 2011 8:40

De: "maclecio sousa" <maclecio@yahoo.com.br>
Para: geadufc@yahoogrupos.com.br
 
Caros argononautas,

Na última sexta-feira (18/02) estive ausente na primeira sessão do encontro,  mas vamos lá, ainda houve navegação...

Uma folha em branco. Uma não, duas. Outra partilhada, ao meio. Lápis de cera. O gead em 2011? Uma odisséia nesse espaço... contemporâneo?

Estamos adentrando a segunda década do novo milênio: Ainda há muito por fazer, "apenas começamos", mas "o mundo começa agora!". 

Apenas começamos e nesse (re)começo de (des)encontros, elaboramos desenhos quanto a questão central:  o que desejamos para a jornada do ano que se faz? - cada vez mais penso sobre o gead como casa de resguardo, nascença, e realce de idéias e ações.

Então, já começamos, apenas começamos....

P.S: nesta sexta próxima estarei em sala, posso pegar a ultima estação do encontro, por volta das 11 horas, então, encontrarei os presentes. abraços

José Maclecio de Sousa
Geógrafo/Licenciatura
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Fone: (85) 8707.5162

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Relatório 18.02.2011

Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2011 19:58

De:
"Danielle Batista" <daniellebcoimbra@yahoo.com.br>
Para:
geadufc@yahoogrupos.com.br

 
Começar de novo... Um novo momento de vida, novos significados! Foi assim a primeira reunião do GEAD em 2011. Acolhida, troca de vibrações, compartilhar de expectativas, de sentimentos. Apresentação de expressões por meio de desenhos, representações inerentes a história de cada um, que vêm sendo construída a cada semestre, a cada novo ano, nesse grupo que é tão diverso, mas ao mesmo tempo coeso e acolhedor...  
Esperança, força, idéias em comum e "incomuns" que fazem girar a roda do conhecimento e que nos movem em direção a objetivos,desejos,anseios e sonhos... Momento vivo que permitiu sentirmos a importância de estarmos juntos, como indivíduos e como grupo.

"Cantar e Cantar a beleza de ser um eterno aprendiz"

Danielle Coimbra
UNIFOR - CCA
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Relatório 18.02.11

Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2011 22:33

De: "sahmaroni rodrigues" <sahmuray@yahoo.com.br>
Para: geadufc@yahoogrupos.com.br

 
personas, saindo de minha caverna de pedra, envio-lhes minhas observações de relatório:

eu atrasado de novo. encontro as borboletinhas na sala já espelhando o pólen. não citarei nomes pois corro o risco enorme de esquecer algum. demos informes. a escola indigena que tanto anima a tod@s do grupo, ainda que em niveis diferentes... a alegria esfuziante do joão. o "pordentro" do mazin e da magna. as questões elencadas pela nova integrante do grupo, professora da uece que não lembro do nome. uma colega que me diz para eu ver o documentário lixo extraordinário pois era a minha cara... a priscila rindo ao meu lado... e os desenhos que eram conceitos guardados... eram puro divertimento intelectual... eram pura emoção do cérebro... eram estudos, projetos, risos: tudo o que esperamos de nós. do gead.
sahmaroni rodrigues

ps. infelizmente esta sexta próxima estarei ausente ajudando na mudança de minha queridíssima mãe que vai morar em sua dog ville...
um bju em tod@s 
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  espiral-do-vetor-das-borboletas-9453038.jpg                   Encontro GEAD do 18 de fevereiro de 2011

Anotações de: Patrizia Imelda Frosch

Presente: Amanda, Ana-Maria, Dani, Eleni, João, Maclécio, Magda, Manoel, Marcelo, Marzinho, Patrizia, Pedro, Poliana, Priscylla,Vivi.

pqpqrsrsrqpqp

Em meados de fevereiro alcançamos o lugar sagrado da Tribo dos Geadeanos. Neste lugar a tribo se reúne a cada quarto de um mês, liderada pelo grande cacique João, a grande mãe Eleni, o grande pajé Manoel e o grande guerreiro Pequeno Mar sob proteção da grande Borboleta, para meditar e borboletar o rumo da história.

Neste primeiro encontro do ano após os grandes rituais de acolhida meditamos sobre o significado de uma música da terra. Queríamos saber qual a mensagem desta música para cada um@ de nós. Trocados nossos pensamentos nos lançamos numa ação multicolorida com o intuito de desenhar nossos desejos e sentimentos geadianos para 2011.

Terminado o ato criativo expomos nossas criações ao olhar d@s outr@s a fim de abrir nossas mentes às suas interpretações a partir de suas visões de mundo e incluí-las nas nossas próprias ofertadas em seguida. O resultado da grande ação foi menos o que desejamos para 2011 e mais uma expressão do que a tribo dos Geadianos significa para cada um@ de nós.

O importante deste encontro foi a alegria, o saber, a energia compartilhad@s, o renovar de bons e profundos sentimentos em consonância com o ultrabom humor do grande cacique João neste dia.

Eu sapinho livre falei.

pqpqrsrsrqpqp

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   espiral-do-vetor-das-borboletas-9453038.jpg                     Encontro GEAD do 25 de fevereiro de 2011

Anotações de: Patrizia Imelda Frosch

Presente: Ana-Karolina, Ana-Maria, Daysiane, Manoel, Marzinho, Patrizia, Pollyanna.

pqpqrsrsrqpqp

No sexto dia do último quarto de fevereiro nossa tribo se reuniu novamente num encontro de paz, harmonia, troca de energia, saberes e sentimentos.

Antes de iniciar nossos rituais algum@s reclamavam a falta da chave do lugar onde jazem os instrumentos sagrados que possibilitam dar forma a nossos pensamentos, enquanto outr@s acharam que nossa criatividade e a partilha do pouco que trazíamos conosco levariam a bons resultados que dispensariam o material sempre colocado à nossa disposição.

Para mim foi essa a experiência mais profunda deste encontro, chegarmos com quase nada e multiplicarmos o que tínhamos obtendo fartura, seja em termos materiais como espirituais que quero comparar com a multiplicação dos pães no Evangelho.

Iniciamos com a leitura de um poema de Cora Coralina “Aninha e suas pedras” refletindo e comentando em seguida o texto.

Aninha e suas pedras
(Cora Coralina)

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha um poema.
E viverás no coração dos jovens e na memória das
gerações que hão de  vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua arte.
Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.

Permito-me resumir a interpretação numa pergunta-resposta:
“Por que caímos? Para que possamos levantar-nos novamente!”, ou seja:

sapooriginal.jpg

Em um segundo momento refletimos Educação Ambiental a partir do poema propondo entre outros trabalhar a colonialidade cientes de estarmos impregnados de eurocentricidade (sobretudo na educação) e da dificuldade de se libertar dela.

O passo final da dança pelos elementos foi a materialização de nossos sentimentos relacionados ao poema. Numa ciranda de desenhos cada um@ iniciava um desenho que repassava para su@ vizinh@ até voltar novamente para o ponto de partida para serem apresentados e comentados. Os desenhos serão fotografados e postos à disposição na lista para todos.

Que o grande Manitu nos proteja.

Eu sapinho livre falei.

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Relatório 25/02/2011

Terça-feira, 1 de Março de 2011 10:52

De: "pollyanam" <pollyanacris@hotmail.com>
Para: geadufc@yahoogrupos.com.br

 
Na reunião do dia 25/02/2011 esteve presente Manoel, Ana Karolina, Mazinho, Pollyana, Deysiane, Ana Maria, Patrizia.
Ao chegarmos ficamos perdidos, pois não se sabia onde estava à chave da sala do GEAD, então procuramos uma sala qualquer desocupada e assim começamos a reunião.
 A Karol e Deisiane coordenaram a reunião e entregaram o texto da Cora Coralina: Aninha e suas pedras, onde fizemos à leitura e depois foi aberto um tempo para se comentar as impressões tidas do texto.
Mazinho: comentou que o texto lhe deu a sensação da responsabilidade que temos de passa algo de bom ao mundo.
Ana: achou o texto lindo que dói, relembrou de sua viagem a casa de Coralina e identificou as características da cidade no texto como a presença forte de doceiras e roseiras.
Manoel: O mundo é para todos, assim como a fonte que existe no texto.
Pollyana: Temos que aprender a ser feliz com o que temos e deixar de tanto reclamar por não termos o que acreditamos querer.
No segundo momento foram realizados desenhos coletivos que representava as impressões tidas do texto.
A produção dos desenhos ocorreu da seguinte forma: se começava a desenhar e num determinado tempo se passava o desenho para o vizinho do lado direito até o desenho voltar ao seu primeiro autor. 
Ao final percebemos a beleza e a complexidade da transformação de nossas idéias que ao começarmos os desenhos eram vagas e diferentes do resultado encontrado.
Texto trabalhado:
Aninha e suas pedras
(Cora Coralina)
Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha um poema.
E viverás no coração dos jovens e na memória das
gerações que hão de  vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua arte.
Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.
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Relatório 11.03.2011

A tempo insiro a justificativa esquecida por mim da Patrizia e seus mil baldes de goteira...

Sent: Saturday, March 12, 2011 5:56 PM
Subject: Re: [geadufc] relatório dia 11.03.11

Nossa reunião pós-carnavalesca contou com foliões e faliãs muito animad@s... FOi bem legal poder dialogar acerca da educação ambiental contextualizada no assentamento Angicos, lá de Tauá... E bem legal foi ter de volta a Karlinha em nossas reuniões...
Tudo começou debaixo de muita chuva... Nada que impedisse que eu, João Figueiredo, Manoel com ”O” e Mazinho chegassemos cedo e começassemos os preparativos para o show do Mané com sua banda... Ele estreiou um novo equipamento (Sony Vaio) de muito bom gosto.... Segundo ele, presente da “Gracinha”... A dona dele, prá quem nun sabe.
Chegaram ainda a chegou ainda a mestra mais fresca do grupo: Magda Simolina, depois da Ana Karolina e sua parceira dos últimos meses (a bendita virose) e a Karla...
Tivemos um belo diálogo em torno do trabalho do Manoel...
Ele começou como sempre de modo absolutamente disperso fazendo uma relação entre Magda Soares e, a literata e a Magda Simolina, a mestra fresca...
Depoismente, como previra segundo antes, foi que chegou a Ana Karol... vinda na sequencia a Karlinha...
Manoel sobre uma fotografia de sua lavra, na qual se via “Assentamento Angicos”, assentamento é um léxico bem peculiar para este contexto...”.
Começamos um bom diálogo acerca da ‘categoria' “Seca”. Foi muito profundo.
Manoel chega a ensaiar uma inovação em sua célebre frase (que segundo ele é de minha autoria): passa uma mão sobre a outra, como lhe é habitual, e diz: isto é um processo complexo inerente ao cenário contemporâneo dos novos paradigmas emergente.... Pois, destaca, a palavra da moda é cenário...
Entra na conversa a questão da convivência, da necessidade de uma releitura da seca e discutimos a premencia de mudarmos o discurso moderno de qualidade de vida para o do “bem viver”, lembrando inclusive uma lamentável ausência que foi Ana Maria, nossa querida parceira da UECE...
Fala das famílias assentadas... Se estão assentadas estão assentadas em algum lugar... Isto tb foi detalhe importantemente recordado pelo grupo....
Trouxe o Mané uma citação do Otávio Paz, mentor do seu guru – Valdo Barcelos....
manoel diz que pretende defender sua tese até fins de 2011...
Talvez seja para enfrentar os tsumanis de 2012 com o título de doutor debaixo do braço...
Como sempre foi uma reunião prazeirosa e só tivemos a justificativa de ausência da parte da Patrizia, Dani, da Priscila e só...

A Magda será nossa relatora oficial da reunião, com colaboração minha e do aniversariante do dia: O Mazinho, vulgo Eleomar, ou mar pequeno para os indígenas Tremembé, seus parentes e vizinhos...

Sinceramente espero que consigamos em 2011 começar nossas reuniões as 8 e ter a justificativa de toda e qualquer ausência... Nem que seja por “andaço”.

Abraços carinhosos
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 espiral-do-vetor-das-borboletas-9453038.jpg              Encontro GEAD do 11 de março de 2011


Anotações de: Patrizia Imelda Frosch

Relatório por fora

Ausente: Patrizia


No primeiro quarto do terceiro mês deste novo ano a tribo dos Geadeanos se reuniu como sempre no sexto dia para participar do ritual de apresentação do projeto do grande pajé Manoel.

Infelizmente Manitou mandou a grande chuva que fez transbordar os potes, os caminhos se transformaram em rios assim interditando minha participação no grande ritual. Portanto estou esperando com ansiedade notícias, informações, relatórios do grande evento porque desejo ficar por dentro.

Que o grande Manitou nos proteja, mande chuva para nossos alimentos, mas nos poupe dos tsunamis.

Eu sapinho livre falei.

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  espiral-do-vetor-das-borboletas-9453038.jpg                      Encontro GEAD do 18 de março de 2011


Anotações de: Patrizia Imelda Frosch

Presente: Ana-Maria, Dariane, Deysiane, Eleni, João, Karla, Karol, Maclécio, Manoel, Marcelo, Marzinho (Pequeno Mar), Patrizia, Pollyana, Priscylla, Sahmaroni, Vivi.

Iniciamos o encontro com um ritual de alongamento em que cada um@ de nós exibia para @s outras um exercício de alongamento a ser imitado. Bem esticad@s passamos para o ritual da escuta assistindo à apresentação sobre o “futuro sombrio”, uma montagem de slides, com texto acompanhado de musica, que tem como objetivo alertar “a fazer algo para o nosso planeta enquanto ainda é possível”.

Em seguida confirmamos o cronograma de atividades e distribuímos a responsabilidade dos relatórios durante o semestre. Terminada esta árdua tarefa João apresenta dois vídeos que Ana-Maria troce para compartilhar, um sobre a transposição do Rio São Francisco e outro sobre uma comunidade indígena e oferece por R$ 15,- o livro Paulo Freire – Teorias e Práticas em Educação Popular entre outros também de autoria dele.

Terminadas as formalidades Pequeno Mar coloca a disposição suas reflexões sobre sua tese de doutorado. Muitas dúvidas e a expectativa de que o grupo possa ajudar a dissipá-las. Continuar com a cosmo-visão africana em relação ao meio ambiente? Voltar-se para a cosmo-visão indígena? Comparar ambas?

Desde sua infância ele sente suas raízes indígenas profundamente dentro de si e um forte amor pela comunidade depois de descobrir sua origem lá em Tutoia onde o grande Manitou nos presenciou com sua existência.

Há a possibilidade de fazer um trabalho com os Tremembés de Almofala que estão construindo uma educação diferenciada em colaboração com as universidades incluindo nesse trabalho o nosso cacique chefe João e a Ana Maria entre outros.

Em termos de educação Pequeno Mar sempre teve a idéia de criar uma educação diferenciada que saísse do padrão posto por uma lógica do pensar eurocéntrico. O que lhe interessa é o “saber invisível” e ele se pergunta o que é diferente nesta educação? A cosmovisão indígena pode contribuir para a educação diferenciada? Como esta educação diferenciada se relaciona com o meio ambiente? Qual o espaço da Educação Ambiental na escola? Há diferença ao tratar do tema? Os ancestrais estão presentes na comunidade?

O objetivo dele é mapear saberes para propor práticas educativas. O diferenciado para ele é pensar uma educação diferente. Assim ele pergunta: diferenciado necessariamente é descolonizante? Ele não tem interesse de trabalhar com docentes, nem dentro da escola, mas na comunidade com jovens e adultos o que pode servir para a escola.

Não há muita ressonância após a explanação de Pequeno Mar apenas duas pessoas, que querem conversar com ele em particular, o que o decepciona, mas a plenária explica que entendeu que seu amor está mesmo na indigenidade por se sentir extremamente ligado a ela e por isso não interferiu muito.

É a vez de Sahmaroni que nos conta um bocado de sua experiência com @s abrigad@s, com essas pessoas mal tratadas, espancadas, violentadas, desvalorizadas e desprezadas. Ele expressa não somente com as palavras, mas com todos seus mais profundos sentimentos o grande amor que ele sente por esses “esfarrapados do mundo e condenados da terra”. Mais do que toda formalidade de metodologia, estrutura et cetera e tal, como diria Magda, me fascinam os profundos sentimentos com que ele aborda a questão. É um projeto vivido é uma tese que emana vida e esperança. É sempre bom se lembrar que “é a prática que faz a gramática” como dizia minha avó.

Para encerar o ritual desta semana o cacique chefe convida a tribo a participar do III° Encontro estadual de Educação Popular que acontecerá em setembro deste ano e está sendo organizado pela linha dos Movimentos Sociais.

Que o grande Manitou nos proteja e continue nos amando para podermos amar.

Eu sapinho livre falei.
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Relatório Gead – 18.03.2011

Crise pessoal, pessoal. Algo de pessoal influi. Algo com o pessoal de Tutóia. Algo indígena. Algo de mim em cosmodilemação (Ação do que fazer? Tentações). Fazer pesquisa é sempre tentador. Uma viagem cujos rumos sofrem interferências da intermitência semi-árida da criatividade. Ás vésperas do São José cearense, aguardam-se ansiosamente as águas de março que movimentam, preenchendo os traços curvilíneos desse que fazer... Pequenos riachos com solos rachados quando sol está a pinho. Paisagem que se faz com gente, com laços de fita branca, com óculos de aro prateado, que dividem, divergem, se atrevem, até a sugerir coisas, desde petas a tantos outros contributos. 14 dias, 14 horas na praça do Ferreira. Sem isto de agora pouco, poucos saberiam acerca das 14 etnias cearenses de indígenas, invisíveis às lentes apressadas das Verdes Mares modernizadas, afiliada a um olhar globalizante homogeneizado. Treme terra no Japão por esses dias. Usinas no nuclear. Por aqui faz-se educação ambiental de idéias, ideologias, ações. Alguém por lá também deve fazer. Assim como os Tremembé, o que será que fazem, pensam sobre mapeamentos e materiais, quais são os seus instrumentos? Criar, manter, dia(letica)logicamente. Tradições em tempos de fluidez. Outras tantas diferenças, intra e entre culturas. Inter. Há muitos elementos para se descobrir, redefinir, discutir. Precisa-se de café. Abrir os olhos. Acordar sentir os diversos povos, que por vezes se fazem presentes na infância brincada na mata. Na cidade, noutro estado. Mar, sertão. Serra. “Confinados” ou não. Em recusa ou não. Vizinhos, habitantes desse mundo, cujos mundos culturais se delinearam em distanciamento. Distantes das escolas pintadas de cal. Brancas. Européias? Colonializadas. Mituradas. Meio amarradas. Meio européias. Bem como marrom, preta amarela, brasileira. Multiformes, ampliadas, mas brasileiramente anti-democráticas. Em descolonização? Processo, processo, processo... Ser escola. Ser diferenciada. Toda escola em certa medida diferenciada. Noutra medida, maior, não se vê, não se crê distinta. Escola lugar d@s indí@s, cultural e paisagisticamente desenhada com as rugas e tatuagens da sua comunidade. Por outro lado, escola não lugar. Engendradas no meio citadino, rasgando o chão e concretando os artifícios de ambientes similares a tantos espaços, que chegam a não pertencerem a nenhuma taba. Taba em templo, formato de círculo teórico, templo de contemplação, decorada aos poucos: quantos quadros e pinturas caberão? Melhor, quantas palhas entrelaçadas? Como pisar, dando firmeza ao chão batido? É trabalho. É fazer. É fazer-se. É fazer junto pesquisa.
 Dia 14 de março dia da poesia. Hoje também. Dia para Drumond. Para Samaroni, Mazin, Eleni, Marcelo, Viviane, Ana Maria, Karol, Priscila, Pollyana, João, Patrizia, Manuel, Karla, Dariane e Maclecio. Por isso, mesmo dia de se ter dúvidas. E delas poetizar. Bricando, brigando com a métrica dura da academia, sem seus pesos de aço, ferro, pesos outros. Dias estendidos de muita poesia. Alegre. Histérica. Sexualizada. Hetero-homo-bi-pan-transexualizada. Penetrando e sendo penetrad@ com prazer. Sem dar prazer. Somente sentido. Sendo pesquisador@. Abrir-se cada vez mais para transbordar, perceber-receber as ocorrências das ruas. Dos abrigos. Não ser invasor. Não ser invasivo. Nem evasivo. Nem fugidio. Alguns olhares sempre são invasores. Todavia, diferente do falo, doloroso quando indesejado, invasor porque estranho, porque pode ameaçar o passeio da calçada. Em tais momentos, parece mesmo, só a poesia salva, resigna, faz seguir. E assim, descontentes esperançosos, mesmo que reavivados através das suas obras, em meio ao desespero dos abrigos, das obrigações de uma sala de aula, movimentam sempre, mesmo sem meada. Professor@s em fuga, perseguid@s em toda parte e em todo mundo em meio a ansiedade futebolística d@s pesquen@s. Juntai-vos ao coro desses descontentes. Escola, não é abrigo. Abrigo não tem sido uma boa escola. Do lado, provável, tem rua. Chamam atenção da comunidade. Por sua vez a comunidade tem sempre algo a dizer sobre ambos. Marginais, todos como marginais. Em ambos os lugares, calçadas, a subversão é possível. Pois, na calçada se pode ser mais. Abrigo, nunca é casa. Não é casa. A única casa sem ser. Tem casa, em que a rua é mais aconchego. O abrigo é provisório, mas fica mais tempo do se imagina. Tantas lembranças. Riso-choro-sonho-amofinamento-vida, vivida, precarizada ou não. Laços frouxos, arrochados, coloridos, desfeitos. O abrigo fica, continua, termina um dia, noutro continua, fecha as portas para o almoço. É muita ambivalência. Insuportavelmente aquilo que movimenta pesquisas, pessoas, doutoras, ou de rua mesmo. De fato, só a poesia lhes guiarão.
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Relatório Gead  – 18/03/2011


Responsáveis: Maclecio e Pollyana

Crise pessoal, pessoal. Algo de pessoal influi. Algo com o pessoal de Tutóia. Algo indígena. Ou algo de africanidades?! Algo de mim em cosmodilemação (Ação do que fazer? Tentações). Fazer pesquisa é sempre tentador. Uma viagem cujos rumos sofrem interferências da intermitência semi-árida da criatividade. Ás vésperas do São José cearense, aguardam-se ansiosamente as águas de março que movimentam, preenchendo os traços curvilíneos desse que fazer... Pequenos riachos com solos rachados quando sol está a pinho. Paisagem que se faz com gente, com laços de fita branca, com óculos de aro prateado, que dividem, divergem, se atrevem, até a sugerir coisas, desde petas a tantos outros contributos. 14 dias, 14 horas na praça do Ferreira. Sem isto de agora pouco, poucos saberiam acerca das 14 etnias cearenses de indígenas, invisíveis às lentes apressadas das Verdes Mares modernizadas, afiliada a um olhar globalizante homogeneizado. Treme terra no Japão por esses dias. Usinas no nuclear. Por aqui faz-se educação ambiental de idéias, ideologias, ações e sensações. Alguém por lá também deve fazer. Assim como os Tremembé, o que será que fazem, pensam sobre mapeamentos e materiais, quais são os seus instrumentos? Criar, manter, dia(letica)logicamente. Tradições em tempos de fluidez. Outras tantas diferenças, intra e entre culturas. Inter. Há muitos elementos para se descobrir, redefinir, discutir. Precisa-se de café. Abrir os olhos. Acordar sentir os diversos povos, que por vezes se fazem presentes na inocência da infância brincada na mata verde e na frustração da maturidade vivida no cinza. Na cidade, noutro estado. Mar, sertão. Serra. “Confinados” ou não. Em recusa ou não. Vizinhos, habitantes desse mundo, cujos mundos culturais se delinearam em distanciamento. Distantes das escolas pintadas de cal. Brancas. Européias? Colonializadas. Misturadas. Meio amarradas. Meio européias. Bem como marrom, preta amarela, brasileira. Multiformes, ampliadas, mas brasileiramente anti-democráticas. Em descolonização? Processo, processo, processo... Ser escola. Ser diferenciada. Ser criativa. Toda escola em certa medida diferenciada. Noutra medida, maior, não se vê, não se crê distinta. Escola lugar d@s indí@s, cultural e paisagisticamente desenhada com as rugas e tatuagens da sua comunidade. Por outro lado, escola não lugar. Engendradas no meio citadino, rasgando o chão e concretando os artifícios de ambientes similares a tantos espaços, que chegam a não pertencerem a nenhuma taba. Taba em templo, formato de círculo teórico, templo de contemplação, decorada aos poucos: quantos quadros e pinturas caberão? Melhor, quantas palhas entrelaçadas? Como pisar, dando firmeza ao chão batido? É trabalho. É fazer. É fazer-se. É fazer junto pesquisa.

 Dia 14 de março dia da poesia. Hoje também. Dia para Drumond. Para Samaroni, Mazin, Eleni, Marcelo, Viviane, Ana Maria, Karol, Priscila, Pollyana, João, Patrizia, Manuel, Karla, Dariane e Maclecio. Por isso, mesmo dia de se ter dúvidas. E delas poetizar. Bricando, brigando com a métrica dura da academia, sem seus pesos de aço, ferro, pesos outros. Dias estendidos de muita poesia. Alegre. Histérica. Sexualizada. Hetero-homo-bi-pan-transexualizada. Penetrando e sendo penetrad@ com prazer. Sem dar prazer. Somente sentido. Sendo pesquisador@. Abrir-se cada vez mais para transbordar, perceber-receber as ocorrências das ruas. Dialogar. Não se culpar. Se expressar. E não se amedrontar. O silenciar dos sentimentos é gritar a resistência. Dos abrigos. Não ser invasor. Não ser invasivo. Nem evasivo. Nem fugidio. Alguns olhares sempre são invasores. Todavia, diferente do falo, doloroso quando indesejado, invasor porque estranho, porque pode ameaçar o passeio da calçada. E porque está sendo gravado?! Em tais momentos, parece mesmo, só a poesia salva, resigna, faz seguir. E assim, descontentes esperançosos, mesmo que reavivados através das suas obras, em meio ao desespero dos abrigos, das obrigações de uma sala de aula, movimentam sempre, mesmo sem meada. Professor@s em fuga, perseguid@s, controlados e controladores, em toda parte e em todo mundo a posição de montante da ansiedade futebolística, de ao menos um afago, d@s pesquen@s. Juntai-vos ao coro desses descontentes. Escola, não é abrigo. Abrigo não tem sido uma boa escola. Do lado, provável, tem rua. Chamam atenção da comunidade. Por sua vez a comunidade tem sempre algo a dizer sobre ambos. Marginais, todos como marginais. Em ambos os lugares, calçadas, a subversão é possível. Pois, na calçada se pode ser mais. Abrigo, nunca é casa. Não é casa. A única casa sem ser. Tem casa, em que a rua é mais aconchego. O abrigo é provisório, mas fica mais tempo do que se imagina. Tantas lembranças. Riso-choro-silêncio-sonho-amofinamento-vida, vivida, precarizada ou não. Laços frouxos, arrochados, coloridos, desfeitos. O abrigo fica, continua, termina um dia, noutro continua, fecha as portas para o almoço. É muita ambivalência. Insuportavelmente aquilo que movimenta pesquisas, pessoas, doutoras, ou de rua mesmo. De fato, só a poesia lhes guiarão e de alguma maneira lhes libertarão.


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  espiral-do-vetor-das-borboletas-9453038.jpg               Encontro GEAD dia 25 de março de 2011

“O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.” Mario Quintana
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Anotações de: Patrizia Imelda Frosch

Presente: Ana-Maria, Deysiane, Karla, Maclécio, Manoel, Marcelo, Marzinho (Pequeno Mar), Patrizia, Vivi.

Poucos apareceram no encontro desse dia para aproveitar o passeio em que Karla nos leva a Irauçuba convidando-nos a participar de sua experiência vivida com os professores da “pior escola” do lugar (avaliação da Secretaria de Educação daquela área).

O que a interessa é a ação transformadora dos educadores rumo a uma educação contextualizada com o semiárido. Em sua pesquisa ela observa as mudanças das pessoas e da natureza e entende a relação com o meio ambiente como processo de mudança na educação. O grupo com que trabalha não é objeto friamente observado, mas sujeito participante e ela se entende como parte do grupo que na amizade e no diálogo busca soluções para uma educação transformadora. Para ela já o fato de refletirem juntos sobre o próprio processo formador transforma.

Seu trabalho se foca na história de vida. Reflete o processo formativo de cada um@, formado pela experiência de vida com e nos lugares e com o meio ambiente. Insiste na importância do meio ambiente para a formação. Quer saber sobre os afetos e sentimentos envolvidos neste processo, porque segundo ela influenciam o modo de ser, pensar, educar, agir, transformar. Junto ao grupo busca situações limites e estratégias para enfrentá-las.

O grupo pesquisa a história de vida singular de cada um@ e a história social da comunidade, o que leva a participação d@s mais antig@s do lugar na pesquisa. Historia do passado e do presente, na reflexão e expressão já contribui para a própria formação.  O que nos deixa entender que uma nova forma de educar se dá ao buscar novas formas de relação no diálogo, o que já é uma transformação e ação. O que nos leva a Educação Ambiental Dialógica de Figueiredo que se constrói num saber parceiro e que é uma Educação Ambiental que não se contenta apenas com o repasse de informações, mas em construir relações mais profundas pelo afeto que vem de dentro para fora. Para se aprofundar na questão da afetividade Karla trabalha com a psicologia ambiental segundo a qual a afetividade pode influenciar positiva ou negativamente. Por exemplo, no olhar que me faz sentir inferior, ou no olhar que não vê, ou no olhar que me estimula e me incentiva.

O tipo de pesquisa escolhido por Karla é a pesquisa intervenção-engajada de Figueiredo que ela entende como ação continuada, ou seja, manter o compromisso com a comunidade sujeito e partícipe da pesquisa. Segundo ela a pesquisa engajada está incluída na Perspectiva Ecorelacional que traz como importante a amizade, a afetividade. Ela conta que as pessoas da UFC envolvidas no projeto são acolhidas em Irauçuba como gente de dentro. João não é visto como professor, mas como amigo. Dentro da Perspectiva Ecorelacional as pessoas se permitem de gostar do outro, existe intimidade. A intervenção segundo Karla é todo o trabalho que fez com o grupo, as oficinas, os círculos culturais/dialógicos tudo aquilo que levou as pessoas a refletirem sua vida, suas experiências, suas ações ou inatividade, suas frustrações ou alegrias e estimulou a vontade de mudar e transformar. A pesquisa de Karla nasce da intervenção, diz ela, e com ela se desenvolve.

Como método de pesquisa Karla usou mapas afetivos para desenvolver a história singular e comunitária através dos sentimentos. Nesse método as pessoas reproduzem a forma de ler, ver, sentir, perceber a comunidade através de desenhos. A partir daí as pessoas deflagraram as próprias histórias de vida falando do hoje e do antes. Além desses mapas foram gravados diálogos realizados em círculos dialógicos que ela também usou como método e descobriu que a riqueza dos relatórios orais é maior do que nos relatórios escritos onde certas coisas faladas não aparecem. Também foram promovidas várias oficinas com música, fotos, vídeo, fotografia, teatro etc. para despertar para o lugar.

Termina aqui meu relatório com certeza muito retalhado e impreciso quanto aos instrumentos metodológicos . Como cada um@ de nós enxerga o mundo de forma diferente penso que outros perceberam coisas que não consegui captar e confio em que colocarão a disposição.

Tudo somado um passeio muito rico e proveitoso que confirmou que estou no lugar certo dentro da universidade. Parabéns Karla e muito obrigada.

Que o grande Manitou nos proteja e nos dê força e coragem para lutar e nunca desistir.

Eu sapinho livre falei.


“O amanhã é construído a partir da ação transformadora do hoje”
Paulo Freire
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 espiral-do-vetor-das-borboletas-9453038.jpg                Encontro GEAD dia 1 de abril de 2011

“O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.” Mario Quintana


Anotações de: Patrizia Imelda Frosch

Presente: Dani, Deysiane, Eleni, João, Karol, Maclécio, Marzinho (Pequeno Mar), Patrizia, Pedro, Priscylla, Rafael, Vivi.

Doze apostol@s do meio ambiente se lançaram hoje numa atividade criativa e multicolorida da qual 13 borboletas de todas as formas e cores alçaram vôo para cobrir a parede da sala. Essa foi a dinâmica inicial do dia escolhida por Pequeno Mar e Patrizia como introdução ao tema de hoje “O que é Educação Ambiental no olhar de cad@ um@ de nós?” Nessa primeira dinâmica criamos borboletas segundo uma técnica apresentada por Patrizia. Como tod@s gostaram da idéia e se empolgaram bastante o resultado foi uma ruma de borboletas maravilhosas que nem a natureza pode imaginar (apesar de nós sermos parte da natureza).

Seguindo o lema que criando se aprende continuamos aproveitando de nossa criatividade, sentimentos e fantasias para em um primeiro momento expressar não somente com palavras, mas também através de nosso ser artista, o que é o nosso ideal de Educação Ambiental, em um segundo momento o que é nossa Educação Ambiental na prática, no cotidiano e em um terceiro momento, se houver discordância entre um e outro, que ponte deveria ser construída para alcançar a outra margem. Os resultados da criação foram acompanhados por comentários que reporto abaixo. As fotos feitas durante as oficinas mostram os diferentes momentos do encontro e ajudarão a entender melhor os depoimentos de tod@s acerca de suas produções (quando disponível).

Transcrição de fita do encontro

Marzinho: Patrizia vai falar da atividade que aconteceu primeiro para aquecimento

Patrizia: O que fizemos neste primeiro momento foi uma introdução á próxima atividade. Porque a gente percebe aqui a diversidade de cada um e cada uma. Então como o tema da apresentação hoje é Educação Ambiental na percepção individual de cada um e cada uma, algo pessoal que não fosse um resumo de teorias alheias, a gente pensou em fazer dois momentos também criativos que o Marzinho vai explicar agora.

Marzinho: A gente vai fazer agora a máscara da Educação Ambiental que achamos ideal, que a gente aprende na teoria, que agente aprende nos livros, é ideal, como seria esta Educação Ambiental então vocês vão fazer uma máscara que represente essa Educação Ambiental que seria ideal. Vocês podem usar sua criatividade. Pode ser uma máscara, mas pode ser um outro desenho como o Maclécio inventou uma borboleta, por exemplo, fez uma borboleta de outro modelo, porque a gente conhece aquele padrão de máscara estilosa, você pode viajar na máscara, a máscara pode ser qualquer coisa. Tipo assim a máscara pode ser no estilo como a Patrizia fez, como se usa no carnaval, mas podem também fazer do jeito que quiser, contanto que ela traga na máscara Educação Ambiental ideal para cada um de nós. No ponto de vista de cada um de vocês. Qual seria a Educação Ambiental ideal? Vocês terão apenas 15 minutos para fazer essa máscara. Faz parte da proposta ser rápido.

Agora o grupo vai começar a produzir a máscara da Educação Ambiental ideal.

15 minutos depois.

Marzinho: Já houve a confecção da máscara da Educação Ambiental ideal e a gente vai fazer agora a segunda parte da atividade que é fazer a minha máscara da Educação Ambiental, a nossa prática, a Educação Ambiental cotidiana.

João: A minha é ideal.

Marzinho: Se coincidir a ideal com a prática não tem problema não. Está ok? Entenderam não? Nós fizemos a máscara da Educação Ambiental ideal agora ...

Patrizia (interrompendo): Como nós vivemos Educação Ambiental cad@ um@ de nós.

Marzinho: A nossa prática de Educação Ambiental tem a ver com a idéia? Se tiver ótimo é a mesma máscara, depois a gente vai ver se é. A minha Educação Ambiental, está claro? Ou seja, está escuro? Temos 15 minutos para fazer a segunda máscara.

15 minutos mais tarde.

Marzinho: Agora nós vamos para o terceiro momento que é a socialização das máscaras e a gente vai fazer uma rodada com cada um, cada uma falando da Educação Ambiental ideal e da sua Educação Ambiental cotidiana, a sua prática em Educação Ambiental. Vamos começar pela Vivi. Vivi você apresenta primeiro a Educação Ambiental ideal e depois a Educação Ambiental na prática.

Vivi: A minha Educação Ambiental ideal, pelo menos a visão que eu tenho é deste pensamento global de interação global que é relacionado com o todo e tem este sentimento, esta preocupação, uma visão global dos problemas, não somente local e a representação da boca branca de você estar colocando, estar se expressando, colocando seu ponto de vista.

Já a minha prática de educação ambiental é praticamente um pouco assim, o que o Maclácio estava falando. Quando eu desenho aqui o grupo, fica muito condicionado ao grupo, o momento aqui é do grupo não fica uma ação fora muito participativa a minha. Fiquei focada na minha participação no grupo do GEAD e algumas atitudes individuais minhas, é uma visão mais restrita e a boca preta que eu coloquei que por ser restrita você acaba não socializando muito isso, fica um pouco só referente às pessoas com as quais eu convivo, de não participar de um movimento, então é isso, acho que fica muito restrita essa minha Educação Ambiental.

Rafael: Aqui na minha máscara ideal eu fiz vários desenhos que representam as coisas que eu penso. Nessa parte de cima desenhei uma Mandala, essa mandala vai representar para mim a diferença e ao mesmo tempo a união que vai ter nos opostos. Aí aqui mesmo dentro desta ideia no desenho da Mandala desenhei duas cores que aparentemente são opostas, mas são cores que você vê numa síntese dialética elas se unem, o preto e o branco nessa mudança. Desenhei também uma árvore que apresentava para mim a Educação Ambiental que eu espero que lá na frente ela continue dando os frutos, por isso que desenho os frutinhos aqui. Desenhei também uma lágrima aqui negra, que é uma relação de trocadilho que eu fiz pensando também no petróleo, na destruição ambiental que ele causa. E aqui também eu tentei desenhar a foice e o machado que é uma representação também dos ideais socialistas que eu tenho. Minhas ideias de Educação Ambiental tirei todos da proposta socialista.

E a máscara do que eu faço também representou uma representação de outra Mandala tendo como sempre essas ideias do socialismo, as ideias que representam também o partido que eu faço parte e aqui em baixo desenho uma interrogação, que representa assim uma atividade que a gente está tentando fazer. Como eu faço parte de uma organização budista a gente está tentando desenvolver práticas de Educação Ambiental que vão relacionar espiritualidade com a nossa prática cotidiana então como a gente começou a pensar lá dentro do grupo aí eu coloquei (...) como uma forma de retomar as minhas ideias, não sei bem o que a gente vai fazer, mas estamos pensando já, é um passo inicial.

Dani: A minha representação da Educação Ambiental ideal fugiu um pouco do que todo mundo utilizou, quase todo mundo utilizou a cartolina, eu procurei trabalhar com esse papelzinho mais fino (papel de seda: a redação) que na verdade para mim representa a transparência. É difícil para mim representar a Educação Ambiental através de uma máscara porque acho que na verdade é isso que nós fazemos todos os dias, eu pelo menos faço, eu acabo usando uma máscara de comprometimento, de responsabilidade, de compromisso, mas será que realmente eu sou ambiental? Eu acho que não é uma questão de adotar uma postura, mas sim, de ser, eu acho que tem que vir de dentro. Então é por isso que utilizei esse papel fininho, que como o Maclécio diz, parece um tecido e que apresenta exatamente essa transparência, algo que tem que partir de dentro de você precisa ser ambiental para que você possa trabalhar Educação Ambiental de forma ideal.

E a Educação Ambiental que eu utilizo hoje, na verdade é representada por óculos que por tanto que tenha um fundo verde que representa a ecologia, um olhar de cuidado, de respeito ao meio ambiente ele ainda está muito corrompido por uma série de posturas de questões, tanto internas quanto externas que fazem com que eu realmente não consigo desenvolver com a Educação Ambiental o trabalho que acho que eu poderia desenvolver. Até porque acho que é um trabalho que tem que começar inicialmente em mim como pessoa para que depois eu possa trabalhar de forma adequada.
Pedro: O meu ideal é que tivesse vários espaços uma proposta que dividi responsabilidades, compromissos, ou seja, que as pessoas possam ter um sentimento crítico dos fatos, não negar.

E a minha Educação Ambiental eu pensei em aproveitar a própria folha que estava aqui solta para mostrar que a minha Educação Ambiental é no sentido de me envolver nesse processo compromissado também, conseguir esclarecimento, não negar e contribuir de alguma forma.

João: Eu fiquei pensando um pouco o que a Dani colocou que trabalhar com máscara para falar de Educação Ambiental dá a impressão, que a gente está se escondendo ou passando por outro, enfim. Mas assim, entrando na ideia de que a máscara seria no sentida de uma representação que a gente pode ir manifestando eu aproveitei alguns pedaços de coisa e juntei dando um formato bem de colagem de aproveitamento de coisas, que tivessem uma estética, que pudessem expressar uma  estética, que pudessem mostrar a diversidade de elementos que compõem a imagem, mas que ao mesmo tempo aparecesse alguma coisa dela, não num sentido padronizado, mas uma beleza integrada, a beleza da diferença. Então a ideia da máscara era um pouco essa que eu penso para Educação Ambiental é exatamente este diálogo de diferenças numa perspectiva de aproveitar de ter uma outra relação com  quem está diante de nós, com o que nos arrodeia, com o que está dentro de nós, do que nós podemos usufruir.

Em relação à máscara do cotidiano eu peguei também dois pedaços diferentes, mas num já trabalhei o formado da borboleta colocando a borboleta diante dos olhos, a borboleta diante da cara, porque no meu entendimento a borboleta tem este sentido da metamorfose e tem esse sentido da transformação para melhor, porque a lagarta se arrasta pelo chão e a borboleta voa por um horizonte mais amplo. Então no meu entendimento a minha tentativa de viver a questão da Educação Ambiental passa essencialmente pela necessidade de alçar vôos maiores e transformar o que está ainda reles pelo chão numa perspectiva mais ampla, num horizonte mais amplo.

Priscylla: Essa máscara aqui representa para mim a Educação Ambiental ideal e os valores dessa educação têm que interagir fortemente com a nossa vivência. Usei as cores mais fortes o vermelho, o azul que é uma interação forte e essa daqui é a máscara que não é o ideal, que nem chega perto disso, que é uma máscara discreta como eu sou também discreta e ainda muito insuficiente, ainda falta muita coisa para vivenciar a Educação Ambiental verdadeiramente.

Karol: Essa é a minha máscara ideal, aqui apresenta os caminhos percorridos, mas os caminhos estão também delineados no trabalho com as diferenças, na busca pelo ser mais a Educação Ambiental deve ter este propósito, este intuito e amorosidade.

Já a minha do dia a dia, da prática cotidiana representa também os caminhos, mas são mais tortuosas, mais falhos, mais tenta também nessa busca com amorosidade e as diferenças ficaram a busca do ser mais também ficou, mas é nessa tentativa de buscar trabalhar com os poréns.  

Deysiane: Este é o meu ideal. Eu coloquei tipo um caminho possibilitando esse processo, essa construção que eu acho que é essa a Educação Ambiental essa construção entre homem e meio que não é no sentido de exploração desse meio, mas que é no sentido de encontro, de diálogo, de fazer parte desse meio, aí eu coloquei também alguns elementos da natureza para refletir sobre isso, essa interação com esse homem e esse meio. E substituindo também alguns elementos, por exemplo, a boca, colocando uma estrela e fazendo re-pensar, eu acho que a Educação Ambiental também é re-pensar esses conceitos que já estão dados. E a prática eu refleti mais sobre essa questão da afetividade. Quando penso em Educação Ambiental eu penso em afetividade, penso em amorosidade em relação a esse meio. Também essa abertura de possibilidades que eu fiz ele era marrão e eu coloquei os olhos amarelas.

Maclécio: A máscara ideal (mostra). Eu aproveitei a máscara que já tinha. Tentei fazer uma articulação do que já existe para poder repensar as coisas e é por isso que existe um caminho.

Como é o ideal a gente estuda reflete como sendo ideal é muito variado. Pensei muito durante a escrita, aí coloquei um caminho de tijolos amarelos, mas aí eu coloquei também o conteúdo das pessoas tentando representar pessoas diferentes, pessoas mais sisudas, pessoas tristes, pessoas alegres que nem por isso também não estão chorando pelas coisas que em relação a degradação ambiental. Elas estão sentindo muito mais que, por exemplo, nós. Então tem que envolver um conjunto de pessoas. Seria esse o ideal, tem que ter o envolvimento de pessoas que tem suas ideias, tem que surgir a partir disso, de alguma coisa, considerando as especificidades. O sertão, uma floresta, uma área de floresta e inclusive a dificuldade de lidar com o meio urbano, que quando eu coloquei, desenhei até o que eu achei feio, coloquei até no meu desenho. É mais ou menos isso que a gente vem pensando sobre o mundo. Aí eu coloquei as pessoas segundo como as pessoas da cidade podem vir a pensar alguma coisa dentro desses descaminhos que se tem. E a casa o lugar, a situação ideal. Para mim o ambiental ele tem que se manifestar em alguns lugares de alguma maneira, tem que ter um espaço, um território para realçar algumas ideias. Essa relação que eu faço com esse lugar aqui é mais ou menos isso. Porque lá fora não dá para realçar muita coisa porque não se tem tempo. Aqui é o real sobre uma coisa. Aí tem um desenho do que fazer posterior. Algumas pessoas conseguem paralelo daqui com dificuldades como todo mundo colocou que as dificuldades vão aparecer. Eu achei que o ideal é um processo de condições contínuas.

E o que venho fazendo com dificuldade também como todo mundo, aí fiz um aproveitamento do que tinha também, uma borboleta de alguém que abandonou por não ter ficado ideal, aí eu coloquei os óculos, na verdade um binóculo que é essa fase de observação, de procura, de busca, de olhar, de procurar enxergar em lugares por onde já passei para criar coisas. Aí tem essa fase de estudo que eu vim passando e essa borboleta fazendo a ponte como foi falado, também algo que vem fazendo está muito no imaginário o que fazer por onde passei, por exemplo, em Horizonte. Muitas coisas podem surgir, mas estão aqui ainda. Aí desenhei um olho fechado, às vezes é preciso descansar.

Patrizia: O que é para mim Educação Ambiental? Educação à sombra de uma mangueira. Educação a partir do meio ambiente, da natureza. Natureza como educadora, como professora. Para mim Educação Ambiental é a educação por si só. Eu sinto educação nessa sociedade como algo separado, isolado, um fragmento entre outros como religião, família, trabalho etc. Educação para mim significa algo que tem a ver com a vida, com todo, algo que transcende o todo.

Como é que eu vivo Educação Ambiental? A Dany se questionou será que sou ambiental? O que é ser ambiental? Eu pergunto. Eu me vejo como presa em uma gaiola (a colonialidade em mim e fora de mim) falando do lá fora, falando dos indígenas, da natureza, de preservação etc. Onde está a natureza em mim? Tudo bem, atuo em movimento social onde tratamos também o tema, mas me sinto frustrada porque me faz falta a luta concreta, a ação, por exemplo, em relação á água. Não seria bom, se organizar contra a CAGECE, que presta um serviço precário ou nenhum serviço, poluindo o mar com os dejetos e com certeza também os lençóis freáticos, não tendo um sistema de reaproveitamento da água utilizada por tantos consumidores, o que é um desperdiço imenso e um desrespeito às gerações futuras. Tenho a impressão que ainda falta a ponte entre uma margem e outra.

Marzinho: Finalizando a socialização das produções em seguida vamos fazer a máscara da transição, da nossa prática para o ideal, da falta. O que está faltando para a gente chegar a essa situação ideal? O que seria necessário para gente alcançar essa Educação Ambiental pensando em mim, sempre na pessoa? A gente vai ter oito minutos para fazer essa máscara da transição. Não precisa ser uma máscara pode ser uma imagem, qualquer coisa.

Dez minutos depois.

Marzinho: Socialização da imagem de transição da máscara do real para a máscara do ideal.

Vivi: A minha máscara, o desenho que eu fiz da transição foi uns óculos, deixar de observar, mas levantar a bandeira e começar a praticar, fazer o que você observa, estuda, o que você critica e começar a praticar isso seria essa a máscara de transição para mim.

Rafael: Eu tentei desenhar isso aqui que é uma luneta uma luneta diferente é esta luneta que está representando o que eu estou tentando mudar. O meu foco de visão do mundo, um processo ainda bem diferente e quando eu fiz isso pensei também em uma forma da gente questionar as nossas próprias ideias que são éticas, estáticas, coisas que estão relacionadas nessa trama de luneta.

Dany: Bem objetiva a minha representação aqui. Uma mão, alguns caminhos e uma boquinha bem fininha. Eu acho que temos que falar menos e fazer mais, encontrar o modo de realmente agir.

Pedro: Eu entendi que a transição seria mundial não a minha. É a minha? A transição é ainda a confusão, o radicalismo, os interesses obscuros, o capitalismo.

João: A minha foi o seguinte, eu peguei a máscara do cotidiano aí incluí nessa máscara do cotidiano algumas coisas para chegar ao ideal. Para isso eu coloquei por aqui o que parece ser uma colheita e uma mão: o tempo e a ação que vai possibilitar que isso se torne ideal.

Priscylla: A minha é: precisa ainda mais de organização e criatividade para colocar em prática.

Karol: A minha: falta mais para pôr em pratica, falta mais fé para trilhar o caminho. Acho que o coração precisa ser preenchido ainda mais e continuar se questionando para ir em busca.

Deysiane: Eu tentei fazer uma união. Eu acho que precisa de uma relação maior entre esse meio. O meu aponta para mais criatividade e mais ação em relação.

Maclécio: Eu acho que deve se começar a fazer alguma coisa. Falta ajuda, falta apoio, falta mão, falta braço, tem muita coisa para fazer.

Patrizia: Achar o caminho saindo da instituição, passando pela mangueira (Paulo Freire e dialogicidade) para ir ao encontro de Pacha Mama.

Que o grande Manitou nos proteja e nos ajude a manter e preservar as borboletas.

Eu sapinho livre falei.
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Relatório 8.04.2011

Amig@s, boa noite.
Recapitulando...
Na ultima reunião, mediada (de forma centralizadora...rsrs) pelo Manoel (rsrs...brincadeira!) recebemos dois papéis com conceitos de EA escritos por diferentes autores. Foi pedido para que identificássemos a concepção (correntes de EA) de cada um desses conceitos para que anexassem ao relatório. Pois bem, seguem minhas contribuições. E corrijam-me se estiver equivocado.
CONCEITO: “A EA tem sido vinculada em termos teórico-prático a reformulação de valores éticos, individuais e coletivos. Assim, foge do reducionismo técnico da ciência tradicional. Aí está sua profunda correspondência com a produção de sentido em direção a um processo de aprendizagem. Portanto, é importante examinar como esses sentidos vêm sendo disseminados na dinâmica das sociedades. (TRISTÃO, 2008, p.39)”
DISCUSSÃO: Sauvé (2005), em “Uma Cartografia das Correntes de EA”, realizou uma pesquisa objetivando identificar diferentes tipologias de ações e concepções de EA. Assim, a pesquisadora identificou 15 correntes de EA. Tecerei minhas contribuições fundamentando-me nesse estudo, ainda que, segundo a autora, trata-se de uma pesquisa com resultados preliminares dado o universo restrito até então pesquisado.
Diante disso, caracterizo a concepção de EA proposta por Tristão (2008, p.39) como sendo da corrente moral/ética. Embora perceba que as correntes propostas por Sauvé (2005) não são excludentes entre si, mas sim complementares.
CONCEITO: “EA é uma educação política, fundamentada numa filosofia política da ciência da educação antitotalitária, pacifista e mesmo utópica, no sentido de exigir e chegar aos princípios básicos de justiça social, buscando uma nova aliança com a natureza através de práticas pedagógicas dialógicas. (REIGOTA, 1995, p.61)”
DISCUSSÃO: Quando Reigota (1995) escreve: “[...] buscando uma nova aliança com a natureza através de práticas pedagógicas dialógicas.”; me remete à corrente da ecoeducação proposta por Sauvé (2005).
Contudo, resgato algumas lembranças de leituras de Carvalho (2001), Guimarães (2000) e Layrargues (2002), que embora diferentes sejam, constituíram uma nova forma de análise da diversidade de concepções/ações de EA e a categorizaram em dois grandes grupos.
Para não me “alongar” muito na escrita, percebo que a concepção de EA de Reigota (1995, p.61) enquadra-se na concepção de EA “alternativa” (LAYRARGUES, 2002), “popular” (CARVALHO, 2001) ou “crítica” (GUIMARÃES, 2000) pois apresenta-se como uma concepção política subsidiada por práticas pedagógicas dialógicas. Trata-se de uma compreensão dos processos sociais e discussão dos princípios básicos de justiça social; trabalho coletivo como estratégia político-pedagógica.
Como diz um amigo meu: “Não sei...só sei que foi assim”. Então, caso eu tenha “viajado” nessas concepções, espero que isso nos instigue à discussão.
Abraços,
Marcelo Távora
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Relatório 08/04/2011

Relatório – Grupo de Educação Ambiental Dialógica (GEAD)
Educação Ambiental – 08/04/2011
Facilitador: Manuel
Relatores: Deyseane Lima e João Figueiredo

1º momento:
Leitura e diálogo sobre o texto: O Mapa (Jorge Luís Borges). Reflexão sobre as educações ambientais a partir do texto.
A pesquisa deve servir de mapa e não como uma mera representação da realidade. Pois ao ser um mapa do real demonstra a imprecisão.
Com a feitura de um mapa, no processo de sua construção, a realidade já se modifica. Assim, o mapa acaba sendo mais importante que os sujeitos e a realidade.
Sonho de João que foi uma conversa com um índio, que afirma que os saberes do seu povo estava perdido. Questionamos sobre a escola de branco, nos seus moldes, na realidade indígena. E dos próprios índios que constroem saberes que seu povo não reconhece, que já não faz parte da sua cultura. João coloca algumas perguntas: como vou interpretar os saberes ambientais indígenas? Reconhecer o que eles fazem em relação à educação ambiental?
Discutimos sobre a colonialidade ambiental, como imposição do rei do texto sobre a imposição do mapa em relação ao contexto, que reflete a formas de pensar, agir e sua relação com o meio. Uma crítica ao pensamento eurocêntrico e antropocêntrico, pois se pensa em uma escola diferenciada, mas em uma estrutura tradicional, apenas reproduzindo o que já foi feito.
É necessário ouvir a voz e a vez dos grupos excluídos. Portanto, o grupo problematiza a questão porque, neste caso, rompe com a vertente dominante de pensamento, é necessário ouvir, pois é importante neste caso a abertura para o diálogo com os saberes e respeito no sentido de amorosidade freireana.
2º momento:
O facilitador Manuel distribui frases sobre várias concepções de educação ambiental para que possamos ler e discutir a partir de nossa percepção e dos estudos realizados sobre a temática.
Patrizia comenta que a relação entre ser humano e ambiente, ressalta que o humano faz parte deste meio, pois se tenta afastar ou ver esta relação com uma finalidade exploratória.
É essencial religar a natureza e a cultura, sendo esta uma ação coletiva e individual, perpassada pela afetividade, implicar-se com a realidade para que possa abrir-se para a esfera de cuidado ambiental.
Deyse fala de alguns conceitos de psicologia ambiental, como sentimento de pertença e apropriação do espaço. João problematiza os conceitos, pois estes refletem a posse do humano em relação a realidade, uma exploração, algo unidirecional.
Assim, pontua o conceito de sequestro semântico, que remete a uma ideia progressivista, sem vinculação com o contexto em que a pessoa está inserida, sem a percepção das mensagens que estão nas entrelinhas, como por exemplo, uma incorporação deste modelo progressivista, bem como a manutenção do capitalismo, sem uma crítica as suas contradições.
Indicação de filmes: Capitalismo: uma história de amor
Ana Maria (UECE) questiona o conceito de qualidade de vida, em relação à modernidade, ao modelo de sociedade em que estamos. Sugerindo uma nova relação entre o humano e o meio, visando a arte de bem viver, bem como o fortalecimento da cidadania. - Qual cidadania?
Indicação de livro: Somos água pura (Brandão) por se tratar de uma obra que destaca a relevância de uma outra leitura acerca da relação entre seres humanos e tudo o mais, já que para Carlos Rodrigues Brandão, estas relações são para os povos autóctones relações sociais.
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    espiral-do-vetor-das-borboletas-9453038.jpg                     Encontro GEAD dia 15 de abril de 2011

“O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.” Mario Quintana


Ausente : Patrizia Imelda Frosch

Presente: ???

La fora chove aqui dentro pinga, pinga, pinga. Úmido, paredes molhadas. Esperando encher baldes para esvaziar baldes.

Trecho de uma canção alemã: “No meu quarto suavemente, cai a chuva permanentemente...”

Estou presente. Vejo vocês, não ouço por isso aguardando relatório para ficar “por dentro” mesmo estando fora.

Que o grande Manitou abençoe vocês.

Abraço carinhoso
Patrizia
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espiral-do-vetor-das-borboletas-9453038.jpg                        Encontro GEAD dia 6 de maio de 2011

“O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.” Mario Quintana


Relatório segundo Patrizia

Presente: Ana Maria (Bahiana), Ana-Maria (Protetora dos Indios), Deysiane, Eleni, Helder, João, Karla, Karol, Maclécio, Marcelo, Marzinho (Pequeno Mar), Patrizia, Pedro, Priscylla, Sahmaroni, Vivi.

Tema: Perspectiva Ecorelacional
Apresentação: Eleni, João

Ter ou não ter perspectiva eis a questão? E se tiver qual delas, por favor? Hoje amanhecemos com o PE, perdão com a P.E., ou seja, Perspectiva Ecorelacional. O que é isso meu povo? Alguma nova criação de algum rebelde que não quer se submeter aos padrões intelectuais postos? Vamos dizer assim, uma visão diferente que supera a visão holística intelectualística.

Neste encontro de hoje a tribo se submete à difícil tarefa de explicar o que cada participante entende por P.E.

Lápis, canetas, lápis de cor, canetinhas, cola, papel uma caixa cheia de buracos... a comunidade vibra, ela vai contribuir no desvelamento do mistério em torno da P.E. a partir de sua criatividade, imaginação, fantasia, reflexão, sentimentos tudo a que tem direito. 

Três pontos marcam a trilha a ser percorrida. Em um primeiro momento João conta uma história e pede de nos colocar dentro dela. Temos que imaginar de estar em um lugar de nosso agrado onde encontramos de repente um@ amig@ que não vimos há muito tempo e que nos pede de lhe explicar qual o mistério da P.E., já que na época não tinha bem entendido o assunto.

Terminada nossa viagem pelo espaço temos que transcrever para o papel na forma que mais nos estimula essa explicação que vem de dentro de nós, isso pode ser através de desenhos, escrita etc. Traduzido nosso pensamento cada um@ discorre sobre os caminhos que sua mente traçou.

Trilha dois: recebemos um quarto de papel (não é um quarto feito de papel, mas uma folha de papel dividida em quatro pedaços) para formular uma pergunta acerca da P.E., ou seja, ao explicar à noss@ amig@ a P.E. percebemos que a nossa explicação chegou a um limite, quer dizer nos demos conta que nós também não entendemos em profundidade a P.E. e esse vácuo tem que se transformar em uma pergunta para que possa ser preenchido. É o momento da caixa preta, cada um@ tem que depor sua pergunta dobrada dentro da caixa.

O terceiro caminho a ser trilhado é cada um@ tirar um bilhete da caixa, ler o que está escrito e tentar responder à pergunta. Infelizmente o tempo esgotou e chegamos só a ler uma pergunta que teve tanta repercussão que interferiu no prazo posto (o que é tempo? Se estivéssemos reunidos em comunidade ao redor de uma fogueira, não teríamos prazos e ninguém precisava levantar para resolver mil e um compromissos “fora” do grupo). 

Ficou então decidido que continuaremos com o jogo pergunta-resposta no início do próximo encontro.

Obs.: Todos os depoimentos foram gravados, por isso não reportei nenhum aqui, mas permaneço na perspectiva de que serão transcritos e retornados ou redigidos e publicados (que ousadia, meu).

Inté 
Que o grande Manitou nos dê mais perspectiva.
Eu sapinho livre falei.
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RELATÓRIO GEAD 27/05/2011

TEMA: “COLONIALIDADES” – Facilitadores: Mazinho, Patrizia e Manoel.
Relatoras: Karol e Deyseane
Presentes: João, Priscylla, Mazinho, Pedro, Manoel, Karla, Patrizia, Márcia, Karol e Deyseane.
           
A intenção da atividade é trabalhar a colonialidade pela visão do próprio grupo. Aproveitar a potencialidade do grupo. Pensar a partir do que foi produzido nos encontros anteriores.
1º Momento: Integração e integralização do grupo por meio de uma dinâmica.
2º Momento: realização da atividade programada.
Metodologia: cada um tirava uma frase uma frase, lia, pensava e apresentava para os outros e assim tecia comentários. 
A base é fundamental. Tudo é fundamental -> sair da lógica “de cima”/ “em baixo”, isso é uma criação humana. Visão cartesiana de fragmentar.
            Colonialidade: construção artificial. Tecnologia, indígenas: todos têm potencialidades.
            Priscylla lembrou Nelson Mandela: este diz que o ser humano em suas desigualdades é uma construção, as pessoas aprendem a viver assim, mas elas poderiam viver pelo amor, que seria muito mais natural.
            Manoel: onde o colonialismo aparece traz exploração, apesar de formas diferentes. Já Patrizia disse a tecnologia foi feita a partir do sofrimento de outros. Priscylla acrescentou dizendo que a tecnologia serve para aumentar a segregação e contribui para que a pessoa não tenha autonomia, para que esta lhe seja negada.
            Mecanismos da colonialidade que estendem até hoje em forma de colonialismo. Não há um índio, há populações indígenas. Qual a lógica? Matar pelo outro ser inferior ou por outra questão?
            Segundo a Karla, temos focar as discussões acerca da tecnologia em relação ao valor simbólico que damos aos objetos no nosso dia-a-dia, nas nossas relações. Patrizia disse que não podemos esquecer o que está por trás de toda essa tecnologia. Quem disse que é natural?
            Já o João falou que a questão fundamental é a lógica reinante. Como essa lógica está sendo trabalhada? Lembrar o uso indevido, por exemplo o dinheiro. Endemonizar é cair nas polar idades. Patrizia replicou dizendo que não podemos esquecer o processo de produção e a sua conseqüência. João continuou: para viver é preciso destruir. Lógica do sistema é a da exploração. Como estou me educando em relação a isso? Que relação estabeleço, o respeito, o valor. O problema não é a tecnologia, mas o uso que fazemos, que faz parte da lógica que envolve. O que fazem a gente pensar o que a gente precisa (Marcelo).
            Karla: vivemos em uma sociedade na qual a violência, as coisas ruins são grifadas. Não vende mostrar coisas boas. Devemos problematizar o conceito de ideal. Dois sentidos opostos. Causa imprecisão.
            É bobagem priorizar a prática sobre a teoria, assim como o contrário, nesta, porém, existe toda uma visão moderna de que não existe prática sem teoria. Quando está perto, ninguém questiona. O diálogo é fundamental. O problema é quando se prioriza a teoria e esquece a prática.
            Sahmaroni e Marcelo problematizaram a palavra MEIO AMBIENTE, questionando sua origem, seu uso.
            Sahmaroni indicou um livro: “Cronistas do Descobrimento”.
            Lúcia, convidada pela Karla, chegou à reunião e falou-nos do seu grupo: Grupo Ecologia e Ação (GEA).
           
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RELATÓRIO GEAD 10/06/2011

TEMA: “INTERCULTURALIDADE” – Facilitador: Manoel.

Relatoras: Karol e Deyseane
Presente: João, Priscylla, Mazinho, Pedro, Manoel, Patrizia, Karol e Deyseane, Reginauro, Neurilane.

            Em uma reunião muito ativa, bastante proveitosa com suas várias discussões.
            1º Momento: Relaxamento, reflexão a partir do contato com o outro. Fomos ao pátio e fizemos movimentos no cumprimento desse objetivo.
            Comunicado: João falou sobre seu aceite em uma publicação internacional – revista francesa – em conjunto com a Karla.
            Manoel começou falando que a interculturalidade tem seu bojo a globalização, por meio de jogos, intercâmbio cultural, turismo sexual, futebol.
            Intercultura: respeito à diversidade humana, independente de religião, opção sexual. Segundo Sahmaroni, destacou que muitas vezes devemos entrar no jogo do outro para dialogarmos.
            João: Walsh fala em seu texto que na década de 90 houve um aumento no movimento para inclusão de povos indígenas, que resultaram em vários documentos (tratados). O intuito da ONU e do Banco Mundial era a inclusão como consumidores. Segundo Paulo Freire, porém, o populismo tem suas vantagens, pois acostuma as pessoas a comer, daí se depois quiserem tirar esse direito você vai se armar para defender esse direito que foi dado. Em contrapartida, os povos indígenas ganharam poder que antes não tinham. As culturas se educam em relação, mediadas pessoas. “Educar é impregnar-se de sentido da vida” (Paulo Freire).
            Reginauro disse que devemos considerar como avanço já haver espaço para discussões, em certo momento. É o início.
            Sahmaroni alerta para o fato de que dentro das cidades há um monte de gente que quer ser visto.  Patrizia: cuidado para não ficar só no discurso.
            João: devemos sim valorizar as conquistas para potencializar mais conquistas. Não podemos ser ingênuos. Valorizar o que não foi feito inviabiliza a concretização, e isso vem do sistema. Ganhos e fragilidades: antes isso não era discutido.
            Lei: direito existe, mas pode não estar sendo cumprido. Sahmaroni afirmou que parece mercado consumidor. João voltou á questão que precisamos começar a discutir a partir das conquistas e não do que falta.
            Interculturalidade: veio na tentativa de superar o monoculturalismo (uma cultura é que vale) e o multiculturalismo (reconhece que há diferentes culturas, mas não defende como a interculturalidade).
            Plurinacionalidade: reconhece e respeita todos os direitos de todas as nacionalidades.
            Cenário que marca a Interculturalidade atualmente:
            - globalização ou mundialização excludente
            - chamada queda do socialismo real
            - forte sentimento da morte de uma civilização (sociedade científica)
            - ruptura com o passado
            - sensação de crise permanente
            - um vazio dogmático
            - mercado como parâmetro único
            - forte crise financeira
            - busca pela religiosidade
            - crise das utopias
            - avanço da xenofobia
            - reestruturação do trabalho
            - problemática socioambiental e demográfica
            - um mundo sem fronteiras (espaço de inter-relações)
            - desmassificação: moda criada para atender a apelos individuais
            - instantaneidade e quantidade de informação
            - as limpezas étnicas
            - fim da transição demográfica
            -crise dos estados nações
            -crise da visão disciplinar de mundo (múltiplas visões, epistemologias)

            Benjamin: “Somos manipulados e as coisas que nos chegam é pormeio da indústria cultural”.
            Multiculturalismo:
            - uma atitude a ser desenvolvida em relação a pluralidade cultural.
            - uma meta a ser alcançada em um determinado espaço social.
            - estratégias políticas referentes ao reconhecimento da pluralidade cultural.
            - um corpo teórico de conhecimentos que buscam entender a realidade cultural contemporânea.

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RELATÓRIOS ANO 2011.2
TEMAS: Interculturalidade – Colonialidade – Paulo Freire – PER – EAD
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Relatório do GEAD – 12/08/2011

ENCONTRO E ENCANTO NO QUINTAL
Por: Ana Maria e Camilla

       No dia 12 de agosto de 2011 às 08h30min da manhã, nós do Gead, encontramo-nos no quintal do Mazinho, na Rua Carvalho Mota, Parque Araxá.
            Era uma manhã de sol brilhante, cuja luz tomava conta do ambiente e irradiava-se não só no nosso corpo, mas também nas nossas mentes e aquecia os nossos corações.
            De forma especial, éramos acolhidos pelo largo sorriso e fraternal abraço de nosso parceiro Mazinho que, descalço, parecia nos dizer que podíamos também pisar no chão sagrado do seu quintal.
            No ambiente, a vida se fazia plena, não só pela luz natural que entrava pelos nossos olhos, mas pelo cheiro das ervas ali, carinhosamente plantadas; pelo som do único pássaro de gaiola; pela mesinha de lanche, tão carinhosamente arranjada, com xícaras de porcelana real e canecas de ágata, além da deliciosa merenda partilhada.
            O sagrado do quintal de Mazinho se acentuava, sobremaneira, pelos objetos que denunciavam a presença cotidiana de uma criança no ambiente, como triciclo, bola, chuveirinho, piscininha e chinelos. Tudo o que convém para um quintal onde cresce uma criança feliz.
            O ar freireano também era evidenciado pela mangueira (pé de manga) bem cuidado e em franco crescimento no ambiente.
            As várias matizes do verde do quintal de Mazinho ora colocado em forma de piso no chão, ora pendurado em folhagem viva de graciosas samambaias, enchia-nos de energia necessária para o trabalho daquela manhã.
            O inusitado também se fez presente pelo canto do canário que parecia reivindicar que parássemos para ouvir-lhe durante a rodada de apresentações de cada pessoa do grupo. Também fomos brindados por uma trilha sonora por parte do vizinho, que soltava o som: axé music, Tim Maia, brega... (é mole?).
            Vale ressaltar que nosso parceiro Manoel não conseguiu resistir à verde rede armada no “mar aconchegante” do quintal do Mazinho. Ficamos todos na espreita à espera de alguns minutos na tentadora rede, mas Manoel justificou dizendo que precisava descansar a coluna. Aliás, ele já estava de olho quando João desocupava a concorrida rede para iniciar a reunião.      
            Neste clima amoroso conseguimos cumprir a pauta proposto pelo responsável pelo encontro, João Figueiredo, descrita a seguir.
            Inicialmente, foram revistos os temas e subtemas escolhidos pelo grupo na reunião de planejamento, que aconteceu no final do semestre passado. Também já havia sido elaborado um cronograma das atividades.
            Após a revisão desse material, foram escolhidas (algumas vezes pela caneta girando!) as responsáveis pela apresentação dos temas em cada sexta-feira, bem como as encarregadas de registrarem e produzirem o relatório.
            Além disso, também foi relembrado o estudo das obras freireanas, nas quais buscaremos extrair a dimensão ambiental, a ser feito em equipes, e foram incluídas as novas participantes do grupo.
            Por fim, organizamos o cronograma, deixando abertura para as companheiras que não puderam estar presentes incluírem-se nas atividades.
            Em homenagem ao canário que embelezou ainda mais o nosso encontro, segue em anexo a história “Ideias do canário”, recontada pelo João, no início da reunião.

            Estiveram presentes na reunião: Ana Karolina, Priscila, Deyseane, Camilla, Ana Maria, João, Gabrielle, Raphael, Manoel, Maclécio, Renata, Mazinho e Patrízia.

Ideias do canário
Machado de Assis

Um homem dado a estudos de ornitologia, por nome Macedo, referiu a alguns amigos um caso tão extraordinário que ninguém lhe deu crédito. Alguns chegam a supor que Macedo virou o juízo. Eis aqui o resumo da narração.


No princípio do mês passado, — disse ele, — indo por uma rua,sucedeu que um tílburi à disparada, quase me atirou ao chão. Escapei saltando para dentro de urna loja de belchior. Nem o estrépito do cavalo e do veículo, nem a minha entrada fez levantar o dono do negócio, que cochilava ao fundo, sentado numa cadeira de abrir. Era um frangalho de homem, barba cor de palha suja, a cabeça enfiada em um gorro esfarrapado, que provavelmente não achara comprador. Não se adivinhava nele nenhuma história, como podiam ter alguns dos objetos que vendia, nem se lhe sentia a tristeza austera e desenganada das vidas que foram vidas.



A loja era escura, atulhada das cousas velhas, tortas, rotas, enxovalhadas, enferrujadas que de ordinário se acham em tais casas, tudo naquela meia desordem própria do negócio. Essa mistura, posto que banal, era interessante. Panelas sem tampa, tampas sem panela, botões, sapatos, fechaduras, uma saia preta, chapéus de palha e de pêlo, caixilhos, binóculos, meias casacas, um florete, um cão empalhado, um par de chinelas, luvas, vasos sem nome, dragonas, uma bolsa de veludo, dois cabides, um bodoque, um termômetro, cadeiras, um retrato litografado pelo finado Sisson, um gamão, duas máscaras de arame para o carnaval que há de vir, tudo isso e o mais que não vi ou não me ficou de memória, enchia a loja nas imediações da porta, encostado, pendurado ou exposto em caixas de vidro, igualmente velhas. Lá para dentro, havia outras cousas mais e muitas, e do mesmo aspecto, dominando os objetos grandes, cômodas, cadeiras, camas, uns por cima dos outros, perdidos na escuridão.



Ia a sair, quando vi uma gaiola pendurada da porta. Tão velha como o resto, para ter o mesmo aspecto da desolação geral, faltava lhe estar vazia. Não estava vazia. Dentro pulava um canário.



A cor, a animação e a graça do passarinho davam àquele amontoado de destroços uma nota de vida e de mocidade. Era o último passageiro de algum naufrágio, que ali foi parar íntegro e alegre como dantes. Logo que olhei para ele, entrou a saltar mais abaixo e acima, de poleiro em poleiro, como se quisesse dizer que no meio daquele cemitério brincava um raio de sol. Não atribuo essa imagem ao canário, senão porque falo a gente retórica; em verdade, ele não pensou em cemitério nem sol, segundo me disse depois. Eu, de envolta com o prazer que me trouxe aquela vista, senti-me indignado do destino do pássaro, e murmurei baixinho palavras de azedume.



— Quem seria o dono execrável deste bichinho, que teve ânimo de se desfazer dele por alguns pares de níqueis? Ou que mão indiferente, não querendo guardar esse companheiro de dono defunto, o deu de graça a algum pequeno, que o vendeu para ir jogar uma quiniela?



E o canário, quedando-se em cima do poleiro, trilou isto:



— Quem quer que sejas tu, certamente não estás em teu juízo. Não tive dono execrável, nem fui dado a nenhum menino que me vendesse. São imaginações de pessoa doente; vai-te curar, amigo.



— Como — interrompi eu, sem ter tempo de ficar espantado. Então o teu dono não te vendeu a esta casa? Não foi a miséria ou a ociosidade que te trouxe a este cemitério, como um raio de sol?



— Não sei que seja sol nem cemitério. Se os canários que tens visto usam do primeiro desses nomes, tanto melhor, porque é bonito, mas estou vendo que confundes.



— Perdão, mas tu não vieste para aqui à toa, sem ninguém, salvo se o teu dono foi sempre aquele homem que ali está sentado.



— Que dono? Esse homem que aí está é meu criado, dá-me água e comida todos os dias, com tal regularidade que eu, se devesse pagar-lhe os serviços, não seria com pouco; mas os canários não pagam criados. Em verdade, se o mundo é propriedade dos canários, seria extravagante que eles pagassem o que está no mundo.



Pasmado das respostas, não sabia que mais admirar, se a linguagem, se as idéias. A linguagem, posto me entrasse pelo ouvido como de gente, saía do bicho em trilos engraçados. Olhei em volta de mim, para verificar se estava acordado; a rua era a mesma, a loja era a mesma loja escura, triste e úmida. O canário, movendo a um lado e outro, esperava que eu lhe falasse. Perguntei-lhe então se tinha saudades do espaço azul e infinito.



— Mas, caro homem, trilou o canário, que quer dizer espaço azul e infinito?



— Mas, perdão, que pensas deste mundo? Que cousa é o mundo? 



O mundo, redargüiu o canário com certo ar de professor, o mundo é uma loja de belchior, com uma pequena gaiola de taquara, quadrilonga, pendente de um prego; o canário é senhor da gaiola que habita e da loja que o cerca. Fora daí, tudo é ilusão e mentira.



Nisto acordou o velho, e veio a mim arrastando os pés. Perguntou-me se queria comprar o canário. Indaguei se o adquirira, como o resto dos objetos que vendia, e soube que sim, que o comprara a um barbeiro, acompanhado de uma coleção de navalhas.



— As navalhas estão em muito bom uso, concluiu ele.



— Quero só o canário.



Paguei lhe o preço, mandei comprar uma gaiola vasta, circular, de madeira e arame, pintada de branco, e ordenei que a pusessem na varanda da minha casa, donde o passarinho podia ver o jardim, o repuxo e um pouco do céu azul.



Era meu intuito fazer um longo estudo do fenômeno, sem dizer nada a ninguém, até poder assombrar o século com a minha extraordinária descoberta. Comecei por alfabeto a língua do canário, por estudar-lhe a estrutura, as relações com a música, os sentimentos estéticos do bicho, as suas idéias e reminiscências. Feita essa análise filológica e psicológica, entrei propriamente na história dos canários, na origem deles, primeiros séculos, geologia e flora das ilhas Canárias, se ele tinha conhecimento da navegação, etc. Conversávamos longas horas, eu escrevendo as notas, ele esperando, saltando, trilando.



Não tendo mais família que dois criados, ordenava lhes que não me interrompessem, ainda por motivo de alguma carta ou telegrama urgente, ou visita de importância. Sabendo ambos das minhas ocupações científicas, acharam natural a ordem, e não suspeitaram que o canário e eu nos entendíamos.



Não é mister dizer que dormia pouco, acordava duas e três vezes por noite, passeava à toa, sentia me com febre. Afinal tornava ao trabalho, para reler, acrescentar, emendar. Retifiquei mais de uma observação, — ou por havê-la entendido mal, ou porque ele não a tivesse expresso claramente. A definição do mundo foi uma delas.



Três semanas depois da entrada do canário em minha casa, pedi-lhe que me repetisse a definição do mundo.



— O mundo, respondeu ele, é um jardim assaz largo com repuxo no meio, flores e arbustos, alguma grama, ar claro e um pouco de azul por cima; o canário, dono do mundo, habita uma gaiola vasta, branca e circular, donde mira o resto. Tudo o mais é ilusão e mentira.



Também a linguagem sofreu algumas retificações, e certas conclusões, que me tinham parecido simples, vi que eram temerárias.



Não podia ainda escrever a memória que havia de mandar ao Museu Nacional, ao Instituto Histórico e às universidades alemãs, não porque faltasse matéria, mas para acumular primeiro todas as observações e ratificá-las. Nos últimos dias, não saía de casa, não respondia a cartas, não quis saber de amigos nem parentes. Todo eu era canário. De manhã, um dos criados tinha a seu cargo limpar a gaiola e pôr lhe água e comida. O passarinho não lhe dizia nada, como se soubesse que a esse homem faltava qualquer preparo científico. Também o serviço era o mais sumário do mundo; o criado não era amador de pássaros.



Um sábado amanheci enfermo, a cabeça e a espinha doíam-me. O médico ordenou absoluto repouso; era excesso de estudo, não devia ler nem pensar, não devia saber sequer o que se passava na cidade e no mundo. Assim fiquei cinco dias; no sexto levantei-me, e só então soube que o canário, estando o criado a tratar dele, fugira da gaiola. O meu primeiro gesto foi para esganar o criado; a indignação sufocou-me, caí na cadeira, sem voz, tonto. O culpado defendeu-se, jurou que tivera cuidado, o passarinho é que fugira por astuto.



— Mas não o procuraram?



Procuramos, sim, senhor; a princípio trepou ao telhado, trepei também, ele fugiu, foi para uma árvore, depois escondeu-se não sei onde. Tenho indagado desde ontem, perguntei aos vizinhos, aos chacareiros, ninguém sabe nada.



Padeci muito; felizmente, a fadiga estava passada, e com algumas horas pude sair à varanda e ao jardim. Nem sombra de canário. Indaguei, corri, anunciei, e nada. Tinha já recolhido as notas para compor a memória, ainda que truncada e incompleta, quando me sucedeu visitar um amigo, que ocupa uma das mais belas e grandes chácaras dos arrabaldes. Passeávamos nela antes de jantar, quando ouvi trilar esta pergunta: 



— Viva, Sr. Macedo, por onde tem andado que desapareceu?



Era o canário; estava no galho de uma árvore. Imaginem como fiquei, e o que lhe disse. O meu amigo cuidou que eu estivesse doido; mas que me importavam cuidados de amigos? 



Falei ao canário com ternura, pedi-lhe que viesse continuar a conversação, naquele nosso mundo composto de um jardim e repuxo, varanda e gaiola branca e circular.



— Que jardim? que repuxo?



— O mundo, meu querido.



— Que mundo? Tu não perdes os maus costumes de professor. O mundo, concluiu solenemente, é um espaço infinito e azul, com o sol por cima.



Indignado, retorqui-lhe que, se eu lhe desse crédito, o mundo era tudo; até já fora uma loja de belchior.



— De belchior? trilou ele às bandeiras despregadas. Mas há mesmo lojas de belchior?




Texto extraído do livro “O Alienista e outros contos”, Editora Moderna – São Paulo, 1995, pág. 73.

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Relatório do 26/08/11

Temática: Estudos Interculturais
Condução: Priscylla, Raphael e João Figueiredo

Momento de sensibilização
            1o momento: Apresentação de figuras – Imagens Introdução:
            Impressões do grupo sobre as Figuras: - Mulher sedutora/Propaganda – Ambiente artificial – Consumismo – Teste de DNA – Teatro/Peça de época – Festa junina/Quadrilha/Encerramento de algo/Alegria – Teatro de Rua/Praça/Centro de Floripa/Árvore – Artista de Rua/Quadros – Dança Circular/Comemoração/Celebração/Comunidade/Confiança – Carnaval de Olinda / Festa Serra / Cidade/Representação da Cultura Local – Maracatu/Cores

            2o momento: Música: Volte para o seu lar (Marisa Monte)
            Impressões do grupo sobre a música: - Moradores de Rua – Africanos – Indígenas – Invasão
            Trecho: “Aqui nesse barco ninguém quer a sua orientação” Reflexões: Não buscar os padrões impostos pela sociedade. Não precisa de alguém para guiar.
            Questionamentos: O papel do educador é educar? (Dissertação do Sam).
            João comenta que os Tremembé afirmam que não querem ser “incluídos”. Pois buscam o direito de ser diferentes e não ser submetidos a uma lógica que elimina suas características próprias.

            3o momento: Imagens Desconstrução (anexo) – Percepção
            A forma do nosso olhar modifica a forma do outro olhar e vice-versa.
            Mulher se exibindo e árvore
            Mulher e caveiras – Árvores
            Mulher e passarinhos
            Pessoa idosa – Rio/Cavalo/Pessoa deitada

            4o momento: Vídeo - > Estudos interculturais
            O que o outro faz é cultura? O que é cultura?
            “Cultura é devir” (Sam)
            Reflexões sobre Identidade e Comunidade – Situa que o conceito de cultura refere-se a existência de grupos sociais.

            5o momento: Desenho Ducktales
            Tio patinhas (Ser econômico): Tinha como objetivo ficar cada vez mais rico (legitimação da sorte e do trabalhou muuuuito - esforço). Não se preocupava em viver bem, mas sim acumular riquezas e consumir.

            6o momento: Beijo Lésbico na novela
            A mídia percebe a homossexualidade ainda como o Tabu: “beijo gera espanto...”.
           
            7o momento: Leitura de Frases (anexo) e diálogo sobre a interculturalidade
            A interculturalidade é uma proposta política que gera ação, reflexão e portanto, transformação social.
            Aprender a dialogar verdadeiramente que corresponde a amar verdadeiramente o homem.
           
            8o momento: Vídeo e música - > Pink Floyd - Another brick in the wall
           
* Indicações de livros:
        “A Comunidade que vem”
        “O Outro lado da Escola”

* Indicações de vídeo:
        Turista espacial
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Relatório do  02/09/11

Interculturalidade Crítica
Condução: Deyseane e João Figueiredo

Começamos nosso encontro com uma dinâmica, de frente uns para pos outros olhávamos bem no fundo dos olhos do outro como que buscando desvelar seus segredos, em seguida colocávamos nossas mãos sobre os ombros  dele e posteriormente o abraçávamos. Depois de olhos fechados caminhando em no nosso entorno repetíamos os três passos com as pessoas que encontrávamos.
            A nossa discursão sobre interculturalidade planejada pelos nossos colegas Daniel e Priscila, começou com uma análise em torno de algumas imagens trazidas por ele, diante das quais éramos chamados a nos posicionar/colocar objetiva e subjetivamente.
Em seguida ouvimos a música Volte Para O Seu Lar de Arnaldo Antunes e na voz da cantora Marisa Monte e fomos convidados a refletir sobre ela
Para quem não conhece a letra da canção aqui esta ela, os trechos destacados foram os evidenciados por alguns colegas para essa reflexão.

Aqui nessa casa
Ninguém quer a sua boa educação
Nos dias que tem comida
Comemos comida com a mão
E quando a polícia, a doença, a distância, ou qualquer discussão
Nos separam de um irmão
Sentimos que nunca acaba
De caber mais dor no coração
Mas não choramos à toa
Não choramos à toa
Aqui nessa tribo
Ninguém quer a sua catequização
Falamos a sua língua
Mas não entendemos o seu sermão
Nós rimos altos, bebemos e falamos palavrão
Mas não sorrimos á toa
Não sorrimos à toa
Aqui nesse barco
Ninguém que a sua orientação
Não temos perspectivas
Mas o vento nos dá a direção
A vida que vai a deriva
É a nossa condução
Mas não seguimos à toa
Não seguimos à toa
Volte para o seu lar
Volte para lá
Volte para o seu lar
Volte para lá

            A partir dela foram discutidas questões em torno de como é mais fácil encontrar solução para a vida dos outros que a nossa. Muitas das vezes soluções moralizantes, com base na orientação de indivíduos oriundos de uma realidade externa aquela onde é vivenciado e significado os acontecimentos.
            Foram debatidos ainda a relevância e a pertinência  de não se querer os padrões impostos de forma verticalizante, ou melhor, de cima para baixo,mas antes ter seus próprios padrões e que estes sejam conhecidos e respeitados pelos demais como condizentes com a cultura e a realidade que se vive, não numa hieraquização.

Alguns questionamentos lançado nas discussões foram:

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  • No caso especifico dos Tremembé, eles não querem ser incluídos, querem ter o direito a ser diferente. Pensamos aqui essas políticas de inclusão qual a carga de busca de homogeneização que elas carregam?
  • Em São Paulo, um grupo de crianças de rua drogadas foram detidas. Essas crianças têm o direito de se drogar? O que significa a droga? Que orientação fornecer?  Quem orienta tem competência para isso? Como orientar? Por que hoje nós temos direito a discutir sobre interculturalidade? O que pode,e o que não pode levando se em consideração as diferença? É possível se fazer escolhas quando só temos uma opção?
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   Num outro momento, foram colocadas algumas imagens que de acordo com a nossa aproximação em relação a ela, ou dela em relação a nós, mudava-se a percepção de seus elementos. Para mim particularmente, esse momento foi bastante significativo uma vez que, foi possível perceber empiricamente, que quando nos aproximamos nada é tão simples ou unívoco quanto possa parecer num primeiro momento. É preciso aprender a olhar, treinar o olhar para podermos perceber a complexidade que envolve até as coisas mais simples.         

            Discutimos ainda:
  • O que é cultura?
  • A transformação da cultura em folclore, numa teatralização de ritos a serem comercializados, na postura politicamente correta.
  • O que é folclore?
  • Qual a relação entre identidade e comunidade?
  • Questionamos ainda a mídia enquanto meio difusor de uma política capitalista ideologizante e homogeneizante. Para isso assistimos ao início de  um dos episódios do desenho animado Os caçadores de aventuras, que enfatiza a qualidade de ser um individuo econômico e a busca por se torna um homem rico. Um questionamento surgido a partir disso foi como é contraditório um sistema que prega simultaneamente  a qualidade de ser econômica e é o principal incentivador e criador de “necessidades” de consumo.
  • Discutimos ainda da relevância da mídia nos debates em torno da identidade.

  • Como dialogar com o outro sem provocar a colonialidade?

            @s menin@s realizaram uma dinâmica com pequenos fragmentos de texto que versavam sobre interculturalidade, perspectiva eco-relacional, multiculturalidade e temas afins, esses foram distribuídos entre nós para que lêssemos em voz alta e aqueles que se sentissem à vontade se colocassem perante eles. Ao final assistimos a um vídeo da internet.
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Relatório GEAD – 09/09/11

1. Apresentação do projeto da Karol:

Karol apresentou o projeto de mestrado denominado “COLONIALIDADE E SABERES ANCESTRAIS (AMBIENTAIS): UMA DISCUSSÃO ACERCA DA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE INDÍGENA DOS TAPEBA DE CAUCAIA – CE”.
Retratou o seu percurso acadêmico e as contribuições do GEAD na construção de sua temática de estudo.
Pesquisa pautada na construção da identidade dos professores Tapeba da Escola Diferenciada de Ensino Fundamental e Médio do Trilho, localizado em Caucaia/CE, tendo como base a colonialidade e os saberes ancestrais (ambientais) indígenas.
Os indígenas reconhecem que estão perdendo traços culturais relevantes para a dimensão educativa.
João questiona: O que não é ambiental neste processo? Enfatiza em sua fala que devemos diferenciar o que é ambiental do que é ecológico. “Tudo ou vários aspectos são ambientais”.
Ressalta que deve focar mais na dimensão educativa (e formadora) do processo, pois algumas das temáticas trabalhadas podem ser estudadas em outros saberes. “Ambiental no sentido de formação”. O que é identificado como ambiental?
Questionamentos d@s integrantes do grupo:
Necessidade de mapear os saberes ambientais?
O que caracteriza os saberes ancestrais ambientais?
Elaborar o como fazer?
Sugestão de convocar os 12 professores para participarem da pesquisa, caso não compareçam todos justificar a ausência no trabalho.

2. Dinâmica proposta pelo Raphael para trabalhar o grupo GEAD:
Desenho sobre o GEAD:
Priscila – Cores em intensidades diferentes.
Deyse – Complexidade de diversos pensamentos.
Maclécio – Boca sedutora. Uma possibilidade de sedução afetuosa de outros contextos (que perpassa outros grupos)
Mazinho – Interculturalidade. O que está por vir. Gead é um lugar de prioridade, que aprende muito.
Raphael – Porto Seguro. Florescer de novas perspectivas.
João – Espaço utópico, que se faz novo a cada momento. Vir a ser. Casulo utópico.
Renata – Metáfora da melancia. Expansão. Crescimento.
Gabriela – Vontade de mudar.
Karol – De formação e transformação. Compromisso com o GEAD.
No final o João, pontuou as ausências dos integrantes do grupo e os atrasos constantes.
Ressaltando a importância do momento inicial de cada encontro, onde tem o acolhimento e as conversas mais informais, que são fundamentais para o fortalecimento e desenvolvimento do grupo.
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Relatório 16/09/2011

Temática: Colonialidade
Condução: Mazin e Patrizia


No dia 16 de setembro de 2011, mais precisamente no ano da lebre, segundo o calendário chinês, iniciamos as atividades do GEAD com um mantra muito bonito trazido por Mazinho e Patrizia. Era a canção de um toré em ode à Mãe Terra:

Mãe te sinto
Sob os meus pés
Mãe eu ouço
Teu coração bater

Heia, heia, heia, heia, heia
Heiaa hoooo

Terra meu corpo
Água meu sangue
Ar meu sopro
Fogo meu espírito

Heia, heia, heia, heia, heia
Heiaa hoooo

No início, ficamos um pouco encabulados, apesar de estarmos numa sala fechada. Aos poucos cada um foi cantando junto e seguindo o ritmo do toré, que ao longo da música fui percebendo que já era de meu conhecimento.
Após a dinâmica, cada participante contou um pouco sobre a sensação de estar ali e ter participado. Alguns disseram que sentiram forte interação com os demais, outros comentaram sobre saudar uma terra abstrata, pois estávamos no segundo andar. Apesar disso, constatamos que as paredes não nos impedem de sentir a ligação com a natureza.
No caminhar do encontro discutimos sobre os conceitos de Colonialidade e Descolonialidade. Inclusive, Ana Maria comentou que o GEAD está vivendo um momento de traço de descolonialidade, que muitos ainda não tinham se dado conta. Antes de darmos início as atividades propostas por Patrizia e Mazinho, fizemos a dinâmica dos nós, onde todos se dão as mãos, se misturam e têm que procurar os pares da direita e da esquerda, onde quer que eles estejam. Após isso, teríamos que desatar o nó sem soltar as mãos, a fim de testar nosso instinto de união. Não haveria resultado mais óbvio, não é?
Após várias contextualizações e argumentações muito proveitosas, iniciamos outra atividade (muito produtivas, por sinal). Patrizia trouxe massa de modelar caseira. Dividimos-nos em dois grupos (Grupo1 - Karol, Gabrielle, Maclécio e Ana Maria; Grupo 2 – Deyse, Renata, Sahmaroni e Pedro) e fizemos produções plásticas sobre o que poderíamos definir como colonialidade.
Segue abaixo algumas de nossas produções e interpretações possíveis da produção de cada grupo:
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Relatório 23/09/2011

Temática: Interculturalidade e Colonialidade
Condução: Ana Maria e Karol


- O quanto vale o voto de cabestro;
- Primeiro momento: um forrozin de apronchego;
- Discussão sobre bem viver;
- O humano em primeiro lugar¿ O mesmo valor¿ Muitas vacas¿
- Estágio da harmonia em distância... processos evolutivos...
- Candomblé, coisas de terreiro: Vida e morte são trocas de energia; escala de energia descompassada (nem mesmo o ser humano tem considerado a importância do humano); “É muito humano pra pouca humanidade”;
Humano:
Acho que não precisa hierarquizar. Não se precisa colocar em cheque mate. Preservação da vida. A discussão inicia com a escolha do homem em último lugar, para a questão da vida.
- Mas, o ser humano é mais importante. Mas, é o ser humano que vem falando”;
- estar sendo;
Outros elementos:
- Minhocas, aves, passáros, etc. Todos têm sua importância;
- O que é capaz de fazer mais mal é capaz de fazer mais bem. É um antibiótico! Existe um ser tão capaz de fazer tantas coisas. Ser humano é antibiótico;
Rugas, avós, bibliotecas:
- As pessoas se permitem ser na infância e com os mais velhos;
Transgênicos:
- Inevitável pelo crescimento populacional; Alimento;
- Agricultura familiar (peixe comendo outro peixe);
- Escambo, grandes corporações, ... em contrataposição a vida simples.
- Viver em comunidades.
- Resgate em contraposição ao que se era.
Sem discriminação, respeito às diferenças e a complementaridade:
- Eurocentrismo difere das coisas que vêm da Europa. Acho que isso é polarização. Sensação de superioridade, inferioridade em relação a.
- Ao mesmo tempo que somos opressores oprimidos. Superação da ideia, pra viver a interculturalidade, como força de transformação.
- Dançar é uma via fundamental na interculturalidade humana;
- Telepatia¿
- Menos se entender – melhor; Velhos e bons Romanos – dividir para governar;
- Estações do ano, dança, festa, união, povos, famílias, agricultura, comunidades, respeitar mulheres.
Interculturalidade:
- Música Renato Russo;
- Banda pífanos:
Atvididade:
Brincando de bonecas:
Coloniedades – ensino bancário: celular, mecdonalds, árvores negada;
2 – muro quebrado – mudança radical;
3 – curmim, pinoquio, cajuerin, nu com a mao no bolso; quem somos, medo, indígenas;
4 – epistemologias do sul, diálogos horizontalizados; américa; produção coletiva: epistemologia do norte, do sul, dois pelados, euro, caravelas, trazendo as roupas. Colonialidade, dobra folha, tudo igual;
5 – são Francisco, improviso em poesia, fala, expressão, foco na fala: pq Francisco¿ viver na simplicidade, abri mão dos prazeres, gelo e sexo, colocação no lugar do outro. A cultura indígena tem raízes profundas na terra. A nossa radicalidade não deve ser motivo para o não acolhimento do outro.
Pensar no relativo ao invés de cair no relativismo.
Preocupa a perda da vida simples. As questões vivenciadas em comunidades indígenas, por exemplo, que tem perdido essa conexão.
Preciso assistir dama verde.
Caterine Wash.
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Relatório GEAD 23/09/2011
Interculturalidade e Colonialidade
Facilitado por Ana Maria e Karol

-        Forró
-        Sorteio de uma blusa do encontro no Cariri sobre Paulo Freire, em que a Gabrielle foi a contemplada.
-        Distribuição de frases sobre o bem viver, para finalizar a temática anterior, que não foi possível no encontro passado.
Diálogo sobre o ser humano
João afirma que prefere curar o seu filho se acometido por uma bactéria, do que a bactéria. Demonstra que há sim uma hierarquia.
Patrizia questiona sobre o surgimento das bactérias.
                Maclécio fala que falta uma dimensão da origem das coisas.
                “É muito humano para pouca humanidade”.
                Ana Maria, retrata que segundo o ser humano, ele é o único que dá conta de si. E que para Paulo Freire, nós estamos sendo.
                Indica o livro: Educação Intercultural: Mediações necessárias, de Reinaldo Matias Fleuri.
                Leitura do texto deste livro: Entre limites e possibilidades de culturas: Educação na perspectiva intercultural.
                Mazinho: “Ser humano é ser um antibiótico”.
                Gabrielle: Capitalismo (mais valia)
                Priscilla – Respeito ao outro. Critica o eurocentrismo.
                João: O ismo é uma questão complicada, pois se fixa em um ponto, é exacerbado. É necessário dialogar com outros saberes.

                Vídeo sobre indígenas que a Karol e Ana Maria passaram, em que chamou-me atenção a letra da música “Índios”, Legião Urbana.
Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer.
Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.
Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
Sua maldade, então, deixaram Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do iní­cio ao fim.
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.
Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos, obrigado.
Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim.
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

Distribuição de palavras e produção de desenhos ou de materiais sobre a colonialidade e/ou interculturalidade:
Deyse –  Fala do ensino bancário, unidirecional. Imposição do saber, do poder e da concepção de natureza. O sujeito deixa de ser a medida que não percebe os outros como se4ndo mais.
Gabrielle – Destruição e quebra de barreiras.
Maclecio – Lembranças da infância. Nossas fragilidades.
Marcelo, Patrizia e Mazinho – Epistemologia do norte e diversidade.
João – São Francisco. Improviso.
Temos muito o que aprender com São Francisco, para que possamos compreender a nossa radicalidade deve ajudar a reconhecer o outro em sua alteridade.
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Relatório – 07.10.2011

TEMA: “PAULO FREIRE”
Facilitadoras: Camilla, Gabrielle, Renata
Presentes: Ana Maria, Karol, Gabrielle, Renata, Camilla, Pedro, Maclécio, Patrizia, Priscylla, Marcelo e João.
1º MOMENTO: Dinâmica do Balão

Cada um recebeu um balão e foi pedido que o jogássemos para cima sem deixá-lo cair. Ao comando da Gabrielle, pouco a pouco, pessoas iam sendo convidadas a sair da brincadeira. As pessoas que ficavam tinham a responsabilidade de não deixar os balões caírem. Imaginem só o sufoco de quem ficou por último, que inclusive foi eu, Karol.
Depois disso, foi pedido ao grupo que pensasse acerca da dinâmica. Algumas reflexões foram ditas, como: ao se trabalhar em grupo, uma pessoa não consegue realizar o trabalho sozinha.
2º MOMENTO: Texto – “Sermão da Montanha” (versão adaptada)


Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre ma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens. Tomando a palavra, disse-lhes:
“Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles…”
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André disse:
- É pra copiar no caderno?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?

João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades
integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e
reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos
para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
- E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é
professor titular…

Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu.
Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria…
Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor… Seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou:
-“Felizes vocês, se forem desrespeitados e perseguidos, se disserem mentiras contra vocês por causa da Educação. Fiquem alegres e contentes, porque será grande a recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram outros educadores que vieram antes de vocês”.
Tomé, sempre resmungão, reclamou:
- Mas só no céu, Senhor?

- Tem razão, Tomé – disse Jesus – há quem queira transformar minhas palavras em conformismo e alienação.. Eu lhes digo, NÃO! Não se acomodem. Não fiquem esperando, de braços cruzados, uma recompensa do além. É preciso construir o paraíso aqui e agora, para merecer o que vem depois…
E Jesus concluiu:
- Vocês, meus queridos educadores, são o sal da terra e a luz do mundo…


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A partir da leitura do texto, ocorreu uma discussão acerca da educação e do papel do professor.
“Amor só não basta!!!”
João falou que o professor é essencial para a coisa acontecer na sala de aula. Em referência à história de Jesus, João falou que a partir do contexto do sistema, Ele propõe outro sistema. Patrizia afirmou que Jesus rompeu com a estrutura. A partir desse momento, a conversa gerou em torno dessa questão.
João: “não rompe!” Jesus acolheu as tradições e a partir do contexto caminha apontando outras alternativas.  Em contrapartida, Patrizia disse que Jesus fez críticas à hierarquia e concluiu dizendo que “quando colocamos algo novo somos criticados”. Por sua vez, Ana Maria acrescentou falando que no âmbito acadêmico, os professores que querem fazer algo diferenciado não é levado a sério. Jesus tomando consciência é que Ele muda. Na sala de aula é do mesmo jeito”.
Nesse momento, João faz um debafo, dizendo: “Estando aqui, precisamos entender onde nós estamos. Se não tiver conectado teoria-prática, não há possibilidade de retomar compreensão. A culpa agora é da Universidade? A problemática é que traz ao solucionar!”.
3º MOMENTO: Frases de Freire (Pedagogia da Autonomia)
Deveríamos estourar o balão que nos foi dado no começo da reunião. Dentro de cada balão, havia uma frase retirada do livro Pedagogia da Autonomia. Foram distribuídos textos do livro de onde foi tirada cada frase. As pessoas teriam que pegar o texto de acordo com a frase que estava em seu balão. Depois, foi pedido que cada um lesse seu texto e falasse sobre, tentando relacionar com a sua prática enquanto educador.
João: “Devemos aprender com as crianças...”
Foram destacadas duas experiências que João considerou interessantes. A primeira foi uma pesquisa realizada pelo grupo da Michele Sato, a qual foi relatada na ANPED. Esta pesquisa revelava a educação ambiental a partir do acompanhamento do fazimento de uma canoa pantaneira. Diálogo de diversos saberes. A segunda foi uma outra pesquisa intitulada “Antropologia da ciência da técnica”, na qual uma pesquisadora discute os saberes que estão envolvidos na tessitura da cerâmica.
“Nós temos a mania de controlar o outro e não nos avaliamos”. João apontou para a necessidade de uma vigilância epistemológica em relação a nós mesmos.
Já Ana Maria indicou um vídeo “Homo baby boom”, de Anna Bolluda, que foi estudado por Edson Ferrari, o qual analisou as relações homoafetivas, relações homoparentais.
Discutimos sobre a homoafetividade, homofobia e homossexualidade.
Maclecio: Todos somos inconclusos. Precisamos transgredir a normativa para ser elaborado. (FALOU BONITO!!!)
A partir daqui, alongamo-nos bastante em nossas reflexões, falas e conversas, não menos importantes que as que foram aqui registradas. Nosso encontro foi até quase 13 hrs. A fome já tinha ido, vindo, mas as contribuições eram tantas que não conseguíamos dar um fechamento. Acredito que este foi um dia bastante proveitoso e rendoso, apesar de termos começado por volta das 9 hrs.
Ana Maria, querida companheira de relatoria, fica agora, à vontade para deixar algum aporte que considere necessário.
Beijos e abraços!!! (Ana Karolina)
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Atividade do GEAD  14/out/2011

·        Atividade 1 - músicas

-       Foram disponibilizadas várias músicas relacionadas a vários países;
-       Em seguida, @s GEADian@s falaram, em suas visões, quais foram os países que foram representados nas músicas;
-       Depois, @s GEADian@s foram convidados a dançar, sozinhos e de olhos fechados, três músicas: argentina (tango), francesa e espanhola.
-       Entre aquel@s que participaram, as socializações sobre tal experiência foram as seguintes: “é difícil dançar sozinha” ; “fiz uma dança mental” ; “a dança espanhola faz você se mexer, Eu não consegui ficar parada” ;

·        Atividade 2 – diálogos freireanos em torno de obra de Freire
João: a ideia é anunciarmos ações, pois acredito que a maioria não avançou muito, pois precisamos ser cobrados para fazer as coisas. Estamos numa rotina de cobrança. Acho que o artigo deve ter entre 7 e 10 páginas. Cada um vai falar um pouco sobre seu trabalho.
Patrizia e Mazin: pedagogia da pergunta: um sonho impossível
Patrizia:  o livro é a “pedagogia da pergunta”. Nós nos reunimos e pensamos em fazer um diálogo. Nos conversamos e gravamos o diálogo. Nesse contexto, depois nos fizemos a transcrição. Em seguida começamos a corrigir, pois quando se fala não é a mesma coisa que se fala. No inicio tinha 46 páginas, mas depois diminuímos para [aproximadamente] 20.
Mazin: A pedagogia da pergunta é um diálogo. Ai a gente conversando nos vamos falando e o texto acabou ficando longo. Nós vimos que não é viável
Nós falamos SOBRE a ideia dos autores. Acho que é melhor falar COM os autores. Minha sugestão é reler a obra e o que já fizemos e fazer um diálogo com os autores. É se projetar para aquele local onde os autores fizeram o diálogo, e fazer um diálogo com as falas deles, trazendo a temática da educação ambiental. Nossa missão agora é fazer isso.  Em vez de comentar as falas, a ideia é fazer um diálogo.  É colocar a frase como está pelo autor, e encima disso nós vamos discutir e colocar nossas ideias.
Maclécio:
Eu tava pensando em pegar o texto “comunicação ou extensão”. Mas eu não fiz nada mesmo, eu só li o texto. Eu to pensando em trabalhar a escrita no sentido do envolvimento e não-envolvimento das pessoas na educação ambiental. Diferenciar no que é falado e no que ocorre mesmo, a partir da dialogicidade.
João: eu acho que você poderia fazer com os personagens do Mágico de Oz.
Profa. Ana e Kamila: “Importância do ato de ler”
Junto com os outros rever o que não está dando certo e mudar depois.
No livro mostra como elaborar as ideias.
João: na verdade a gente pensa a leitura como um ato passivo. Paulo Freire mostra que ele sempre, até quando está vendo televisão, fica armado, atento.
O que está escrito é a verdade; o que está escrito é o que o autor disse (quis disser); o autor pode se transformar numa colonialidade, nós automaticamente já vemos uma postura de subalternização. Se você vê um livro, e dizer “Vixe, essa cara é o autor do livro”, você se coloca como inferior. Até para o autor é uma coisa boa, “Poxa, você é o fulano de tal”, ai o autor se sente bem e acaba estimulando assa lógica. O conceito de ler para freire é bem maior que ler a palavra, é ler o mundo
Profa. Ana: a leitura de mundo antecede, perpassa e vai além da leitura da palavra. A leitura da palavra existe uma leitura de mundo que é precedida da leitura de si mesma. . Como consequência disso é possibilidade do sujeito transformar o mundo. Ai é que entraria a perspectiva da educação ambiental: o que se está fazendo e o que se pode fazer na educação ambiental. A gente viu, assim, a importância da autoformação do Paulo Freire a partir de um relato que é importante para ele. A palavra que a escola trabalha não é a palavra que está no mundo, ou seja, tem uma distancia entre a escola e a vida. Isso faz com que haja um silenciamento. A proposta freireana é fazer uma aproximação entre escola e mundo [mediado através da palavra]. Temos que nos apropriar do que já existe para depois caminhar; vamos nos apropriar da leitura segura do livro e depois fazer o artigo. Como que as questões de EA podem ser permeadas e perpassam pela palavra?
Lúcia: pergunta: como superar essa situação, essa relação de autoritarismo?
João: na fase africana de Freire ele faz uma reflexão que diz que existe todo um processo de busca da libertação.
Na minha concepção desde o primeiro livro ele traz essa discussão, e depois a tese dele que foi publicada depois, ele já falava de como a sociedade brasileira foi influenciada por essa perspectiva.
Eu fico imaginando como foi o encontro dos índios com o português. Imagine o índio vendo o português fantasiado com aquelas roupas estranhas e fedendo.
A minha pergunta primária é assim: “será que o indígena olha para o português de uma forma jocosa? Ou será uma visão de acolhimento?
Eu não sei como seria. Eu imagino que era uma visão de parceria. Já o português via com um olhar de coitadinhos, de pessoas que não sabiam nem fazer roupas, nem armas tinham eram umas flechas.
Ai o freire vai mostrar esse quadro e diz que tem que mudar. Como? Temos (plural) que mudar a partir dos saberes dos oprimidos. É uma ingenuidade achar que ele não colocava estratégias! No momento em que percebemos que somos ontologicamente inconclusos, percebemos que há esperança. A historicidade é outro ponto importante, pois se eu reconheço que faço parte da história, eu posso mudá-la.
O mais difícil talvez não seja a mudança. E sim o “depoismente”, pois oprimido tem também a visão de opressão dentro de si. A ideia de freire é não criar novos processos de opressão. Isso é o que eu chamo de “vigilância epistemológica”, ou seja, é essa relação horizontal que me garante que eu não me coloque como opressor, uma vez que eu vejo o outro como parte de mim.
Patrizia: Mas quando as caravelas chegaram da Europa, elas também estavam cheias de oprimidos. Mas eles não têm uma visão de solidariedade entre eles, e sim uma coisa de individualismo.
Camilla: eu estou só colhendo. Como uma esponjinha. Esse é um pequeno livro, mas muito profundo. Vamos fazer uma relação entre educação ambiental dialógica e leitura de mundo.
Raphael: livro - Política e Educação [em parceria com Viviane]
Título do artigo: Contribuições freireanas em “Política e Educação” para uma Educação Ambiental Crítica.
Tópicos: Educação (Ambiental) é um ato político / Educação (Ambiental) é engajamento com as classes oprimidas.

Renata e Gabi: “A importância do ato de ler”
Gabi: a gente tem pouca coisa escrita. Acho que tem a ver com o pertencimento, com a autoria. Eu tenho trabalhos com crianças e adultos que não sabem ler [escrita], e tentar ressignificar a partir da ai.
Renata: temos a necessidade de gravar o que falamos, pois na hora da escrita meio que trava. Quando agente tava conversando e pensando em trabalhar a partir da leitura de mundo uma educação ambiental intercultural. A partir da leitura que se faz do mundo e da natureza, ela não é única é plural, e partir dê pensar na diversidade. Ver como ocorre a segregação entre ser humano e natureza. Como a gente deixar de ver as percepções da natureza, das estações do ano dos dias e noites, a passa a ser cronometrados, numa visão mais capitalista.
João: sugestão - “A natureza que se lê”. A natureza [incluindo-se o ser humano] elabora saberes sobre si mesmo. “Superação da subalternidade” [para superar a visão tradicional de protagonismo]. O conceito de palavra-ação.

Deysiane: “Pedagogia da Esperança” [conjuntamente com a Karolina]
Daysi: pensamos em trabalhar o conceito de esperança em Paulo Freire:
Título do artigo: colonialidades, esperança, Paulo Freire  e seus contributos pra a EA dialógica.
Esperança no conceito do senso comum, como forma de valorizar o saber popular. É esperança numa visão de espera passiva e além disso.
A esperança como uma forma de avançar sobre a opressão.
Mazin: valorizar, sobretudo, o saber popular e a esperança. Na perspectiva do verbo “esperançar”: a esperança pode ser uma espera passiva, e “esperançar” é uma ação. “a pressa é inimiga da conexão [consigo e com outro / presente e a ancestralidade]”
João: Não gosto do conceito de modernidade. Prefiro a ideia de “modernidade gasosa”. Eu penso que temos alguns arquétipos, onde os elementos tem uma associação. Por exemplo, o material terra está associado a força; o ar está associado a inteligência; o fogo está associado a instintividade. Existe uma volatização dos laços; e se é volátil, então não é líquido: é gasoso. Não faz sentido articular a falta de afeto com a água. Nós estamos racionalizando a efetividade.

João Figueiredo: “à sombra desta mangueira
João: título do artigo: EA freireana à sombra desta mangueira
O meu trabalho está pautado na seguinte questão, eu faço um diálogo com o prefácio do livro. No diálogo o autor [Ladislau] fala da atualidade e da importância dessa obra de Paulo freire, em especial a educação ambiental. Leitura da página 10 [desigualdade socioambiental e os problemas ambientais].
Para ponto eu discuto e relaciono como isso trabalha contribuí com a educação ambiental. Exemplo: solidão-comunhão; O artigo acaba com a “Esperança”.
Leitura do parágrafo da página 87 [“esperança e inconclusão do ser / esperança é a certeza da busca”]. A busca pode ser na solidão, mas não solitária.

OBS: data final para entregar uma versão do artigo para a apreciação coletiva: até o dia 11/novembro/2011.

OBS 2: Foi entregue a Deysiane o valor de R$ 300,00 (trezentos reais), em dinheiro vivo, referente ao caixa do GEADindin.
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GEAD 21 de outubro de 2011
A primeira atividade do dia foi uma dança inter-transcultural [não-mental], feita com um “abofelamento amoroso” em duplas, as quais se movimentavam em movimentos espaço-temporais. Movimentamos o corpo, sentindo o toar musical, do abraço  do outro [como legítimo outro], percebendo os elementos naturais, a saber: o fogo que emergia do corpo d@s dançarin@s; o ar que perpassava pela respiração individual-coletiva; a água que era compartilhada com o suor [e com o café]; a terra que era sentida abaixo dos nossos pés, sapatos, chinelos e tênis.
A segunda foi uma (re)apresentação de tod@s @s GEADian@s. Nossas diversas vivências, pessoais e profissionais, foram compartilhadas na(s) mesa(s) quadrada(s), sendo que a única matéria quadrada era esse suportem diante da melancia ovoide, as rosquinhas redondas e o “coração-natalino, suporte das cores do mundo vivo”. Ainda, tivemos a síntese dialética entre quantidade e qualidade de participantes, pois nessa reunião contamos com a presença de 17 GEADian@s, dentre os quais 4 participaram pela primeira vez. No fim desse momento, tivemos a socialização da oficina feita pelos membros do GEAD para o Encontro de Educação Popular.
No terceiro momento,  iniciamos com o corte da melancia [verde por fora e vermelha por dentro], a qual foi compartilhada entre tod@s. Tivemos a apresentação sobre a Perspectiva Eco-Relacional (PER) com Patrizia, Mazin, Maclécio e João Figueiredo. 
Patrizia: O que é PER? A nossa atividade será refletir algo sobre nossa realidade. Antes de ler o livro, temos imaginação para saber o que é, pensando apenas a palavra.
Mazin: A ideia é pensar o que não é Eco-Relacional. Antes de transformar o mundo, temos que transformar nós mesmos. Vamos fazer alguma prática cotidiana que não seja Eco-Relacional.
Ana: Somos seres Eco-Relacionais, por isso é difícil pensar no que não seja, pois tudo deve ser.
Mazin: Mesmo sabendo isso [que fazemos parte da PER], as vezes não agimos dessa forma. A ideia aqui é refletir sobre isso.
O quarto momento foi a socialização das produções artísticas, as quais continham desenhos e massa de modelar [produzida com farinha de trigo, óleo e anilina], feitas no “amargo silêncio da dor”, repartidas no “compasso do maracatu”.
Mazin: A minha produção, eu fiz umas cabecinhas, com olhos gigantescos, e fiz o cérebro. Assim, eu venho criticando muito a escola, mas eu ajudo a fazer a escola.
João: eu acho que o meu paradoxo é o meu carro, que não é relacional. É um paradoxo que eu vou continuar cultivando. E não preciso fazer terapia. Eu penso que todos e todas carregamos contradições, eu que mais nos leva aos gabinetes [de psicólogos] é essa neura que nos temos de negar nossas contradições. Nos somos contraditórios. Nunca seremos totalmente ecológicos. Temos que compreender a capacidade de agredir menos o mundo. Também somos ambiente.
Ana: quando eu pensei nas atitudes não ligadas as PER, eu pensei muito em gente. Pensei comigo mesma e com os outros. Eu fiz a apresentação do não-falar, do não-ouvir e do não-olhar. Eu agrido as pessoas por botar as mãos nos buracos das pessoas. As pessoas precisam que eu olhe, fale, veja e eu não faço. Acho que é para nós mesmos e com os outros.
Dayse: o que eu coloquei no meu foi a questão da destruição. Quando o ser destrói a natureza, o fogo a destruição, e o homem [e a mulher] feliz na destruição, e o sol chorando.
Karol: eu retrato que nós não convivemos com nós mesmos. A gente não se dá ao desfrute de não se ligar consigo mesmo. Eu entro em confronto com o meu carro e com a lixeira. Eu gostaria de fazer diferente, mas não consigo.
Gabi: “eu odeio bichos!” -  as vezes tem pessoas que dizem “sai daqui cachorro” e maltratam o animal.
Renata: eu escolhi pegar exemplos corriqueiros.  Esse foi um acontecimento lá em casa, tinha um cajueiro que fazia uma sombra, mas ele sujava. Ai nós resolvemos cortar porque ele sujava muito.
Samaroni: eu fui no meu cotidiano mesmo. Minha contradição mor é me relacionar com os outros. A minha cachorrinha, a Lori, eu passeio com ela, e todo dia eu penso em me livrar dela.
Raphael:  separação entre sociedade e natureza. Lixo. Come lixo. Prostituição. Estruturas da sociedade.
Maclécio: a não perspectiva é a fragmentação, e eu coloquei as minhas: elas são muito desconectas, tem a preocupação com o tempo e tem uma desconexão contudo o que eu faço. Eu coloquei a solidão da cidade. Esses arames farpados, como um pedido singelo de não me toque.
Pedro: “o olhar inqueridor” - olhar confuso, egoísta, que separa, que não repensa, que não afaga.
Pricila: o meu desenho é abstrato, e a gente faz relações que a gente não percebe, a nossa relação com o outro. A nossa relação é fragmentada e vazia.
Digão: globo rual, que a final de contas, não há nada melhor para o ambiente é o globo rural, é pede para o globo repórter. O único contato que a gente tem com o ambiente é na TV.
Davi: “Campanha pela vida: cada um cuida da sua” - é uma cidade cinzenta, apesar do sol brilhar. A cidade não olha nem pro céu, nem pro sol. A gente fica preso em cada um no seu quadrado, que a gente acaba não convivendo com o outro. Isso é uma coisa patética, e a gente acaba convivendo com redes sociais ilusórias.
Flávio: eu nunca tinha ouvido falar nisso [PER]. Pelo nome eu tentei fazer um desenho. Eu fiz um desenho simples, só pra não deixar em branco.
Inambê: isso é uma comida que eu ainda vou provar: um Mc Donald.
OBS: Acho que perdi algumas falas L
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RELATÓRIA DO EM 04/11/2011
1° Momento:
Ao contrário do ocorrido no encontro anterior nesta sexta construímos coletivamente com bandeirinha o termo Perspectiva Eco-Relacional.

- Vou pichar. (Masin)
- Parede limpa povo mudo. (Ana Maria)

2° Momento:

Em seguida rememoramos os desenhos feitos na semana anterior, os quais tinham por objetivo apontar atitudes não eco-relacionais que tomávamos no nosso cotidiano e o grupo proporia o que fazer para torná-las Eco-Relacionais.
Seguem as falas dos colegas geadianos, muitas adaptadas, pois não consegui transcrevê-las inteiramente, antecipadamente peço desculpa se troquei a frase do autor.

Karol: Não consigo, não posso e não quero abrir mão de meu carro.
[...]  As pessoas tem dificuldade de sair do seu quadrado
[...] Não olhar para si mesmo.
Samaroni: É tão doloroso olhar para si mesmo.

Alternativas apresentadas pelo grupo: (Anda a pé, de bicicleta, de ônibus.)
João propõe que Karol ofereca seu carro ao Samaroni e ela o faz.
- Abandono todos os ideais por ele (o carro). (Sam)

Questionamentos gerados.
Se livrar do carro, enquanto processo individual é uma solução?
É possível resistência individual?

A sociedade hoje vive um estado de cultura. Onde essa se tornou uma mercadoria com valores de distinção social.

Resistência individual engrandece mais a pessoa que a causa. [...] Quero acreditar que o pouco a pouco vai contagiar. (Priscila)

O que significa se tornar mártir nos dias de hoje?[...] Talvez se tornar mártir hoje seja tornar-se invisível. A visibilidade é o grande prêmio hoje. (Ana Maria)

Mártir é a classe média quando anda de bicicleta não as mais pobres. [...] Pensar a viabilidade de um transporte público eficiente e confortável. ( Maclécio)

Marzin: - Defendendo a prática de se locomover na cidade de pé ou bicicleta. No meio de suas colocações:
- Vou comprar uma bicicleta. (Sam)
- Ótimo, Estamos estimulando o consumo. ( João Figueiredo)

O indivíduo é muito culpabilizado pela mídia. [...] Você se mata individualmente para ser uma pessoa consciente. [...] E as grandes empresas?[...] Atitudes individuais são importantes. (Priscila)

Vocês não têm que concordar com o que eu vou dizer, mas eu vou dizer assim mesmo.
[...] Eu comecei a me sentir muito melhor que todo mundo. [...] O que significa simplicidade e conforto?[...] A questão da consciência é fundamental. [...] Acho muito legal fazer qualquer um deles (andar a pé, de ônibus, bicicleta, carro). Em qualquer um deles há grandes impactos ecológicos e sociais. [...] O importante é a consciência [...] Tudo que a gente faz gera um impacto ou outro. [...] O que é eco-relacional e a capacidade de extrair significado. A uma diferença entre o eco-relacional e o ego-relacional. (João Figueiredo)

Eu também ando de carro, o carro não é meu, mas eu ando. O problema é que “A gente se habitua de um jeito e não pode mais se desvincular dele.” Sua esposa, que vai para “todos” os lugares de carro após uma avaliação física comenta com ele: Marzin o que eu fiz comigo?  (Marzin)

Somos pessoas que buscam atividades eco-relacionais. [...] O que estamos fazendo? Como estamos fazendo? [...] Os saberes da experiência, esses provocam aprendizagem. É nosso jeito de ser e estar no mundo. [...] Até que ponto nosso cotidiano nos possibilita essas experiências eco-relacionais. [...] Só mudamos quando passamos por essas experiências. (Ana Maria)
Para além do costume é o condicionamento. A relação entre costumes e estruturas formadas. ( Maclésio)
É biopolítica. (Sam)

As pessoas são resistentes (em ficar com minha cachorrinha). [...] A gente hierarquiza a relação de coisas e de seres. [...] Eu batia num gato que eu tinha. [...] Era um tipo de violência. [...] Perceber suas contradições. Perceber que você não é santo. Ou é![...] Eu tenho uma tendência muito grande de me afastar das pessoas. ( Sam).

Colocações de JF numa palestra que ele fez sobre a morte. [...] Na relação morte e vida o que nos impacta são os apelos.
O medo dos vínculos é o medo do amor. (Se referindo à colocação de Sam de afastarse das pessoas)
A gente teme errar, porque errar é tido como uma coisa feia, ruim. [...]A gente não deve idolatrar nem temer a dor. Ela é uma contingência. [...] O problema é uma coisa ruim? A gente só cresce com o problema. No problema ta a solução. (ou o contrário)[...] A vida é uma oportunidade que a gente tem de crescer de elaborar saberes, de ser mais que é ser menos.[...] Hoje eu aceito muito mais, não irrestritamente ainda. Mas essa é a intenção.
A gente tem de compatibilizar o que a gente diz com o que a gente faz.

Sam:
A gente tem mais é que rir mesmo. [...] Você tem que tá alegre o tempo todo. (Isso, às vezes, aparece como exigência social.)
Isso não é alegria e ironia. (JF)
Eu rio da minha depressão. Se bem que eu nunca fiquei deprimido. A tá fiquei uma vez só. (Sam)
Uma coisa é dor outra é sofrimento. (JF)

Ana Maria: Minha preocupação maior e com os outros mais imediatos. Com quem me relaciono. Como o modo que estou no mundo repercute naqueles que estão próximo a mim. Isso é meu foco maior. A minha busca é estar no mundo com os outros (pessoas, animais, plantas) da melhor forma possível. Amorosidade absoluta. Buscar ser mais pela amorosidade, amorosidade é ser, viver. Essa é a missão ontológica maior.

Maclécio: Reforçar esse ser.[...] Criar um ambiente satisfatório de diálogo verdadeiro, entre professor e aluno.[...] Deixar solto demais o processo ou tirânico demais?

Amorosidade nasce do fazer junto. A amorosidade não força o comprometimento mas abre o caminho para ele. (Ana Maria)

JF: - Onde quer que eu chegue com o carro a galera mete o aço. É incoerente? Nós mesmos somos incoerentes. [...] É anti-ecológico? Depende do olhar e da circunstancia. As questões mais graves são as conosco mesmo, no sentido de melhorar... preservar... ser no mundo, mas ser mais com os outros.
Se todo o mundo tivesse um carro como seria?(Mazim)
E todo mundo não tem um carro?! Pois parece. (JF)
Todo mundo ter um carro é a solução, não vai ter mais como andar de carro. Kkk (JF)
As pessoas não brigam por um sistema público eficiente. Cadê os movimentos, as manifestações só tem as greves de motoristas. (Mazim)
Todo mundo briga sim pra entrar no ônibus. Kkk
Saber que você não pode abraçar o mundo, mas esta tentando. (Priscila)
Saber que você é um mundo já é um passo. (Sam)
JF: Mais importante que grandes ações descoladas da reflexão, são ações pequenas integradas (ação e reflexão).
Sam: Tem que fazer o que se acredita e pronto.
Gabrielle: Quando estamos com problemas estressados chutamos (os animais). Nós os descartamos como se eles fossem bibelôs, brinquedinhos.
Mazin: A Gabrielle quer parar de dar bicudo na cachorra.
Não sabia da tendência assassina do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Ambiental Dialógica, Educação Intercultural e Descolonialidade, Educação e Cultura Popular.
Deysiana: (sobre seu desenho) Destruição de homens e mulheres alienados e a natureza sofrendo.
O consumo tem a ver com o seu consumo?
Vida a crédito como diz Bauman. (Sam)
Os momentos de aglomeração são momentos de plástificação. (A.M)
Quando a Deyse traz a questão do consumo rola de tudo. [...] Até cemitério.  (JF)
Pedro: (Sobre seu desenho) Representa as várias nuances do olhar.
Há uma valorização exacerbada do OI. [...] O olho é fundamental pro capitalismo não só o olho, mas fundamentalmente ele.[...] Lógica unívoca e particular.(JF)
Olho de Tandera. (Maclécio)
Se eu não pegar só olhar eu não vivenciei. Por isso que eu to evitando olhar.KKK(Sam)
Síndrome da perturbação desequilibrante. (JF)
Não existe eu. (Sam)
Você não, mas eu existo. (JF)
Na eco-relação nos sentimos meio pelados.(Maclécio)
Falar é se expor. Ao nos expor nos sentimos temerosos. Não há uma fala sem uma crítica do outro. (JF)
Não há um existir sem uma crítica. (SAM)à JF dá um beijo e um abraço em Sam.
Fala pra que eu te compreenda (A.M)
3° Momento:
 “Apresentação” da perspectiva eco-relacional com João Figueiredo.
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Relatório GEAD 04/11/11

§        Construção coletiva de um novo adorno para a sala com os dizeres:
PERSPECTIVA ECO-RELACIONAL
§        Retomada da discussão da reunião anterior. Karol e Sahmaroni explicaram seus desenhos de acordo com a PER.
§        Um questionamento foi inicialmente lançado por Sahm: “É possível resistência individual?”
§        As ações engrandecem muito mais os indivíduos. E a sociedade como fica? (Priscila)
§        O eu é ser mártir hoje? É chegar ao ponto de ser invisível, ao contrário de estar no centro dos holofotes. São as pessoas que estão passando por um processo de invisibilidade. É morrer socialmente. (Ana)
§        O mito individual é tudo que o mercado é.
§        Outsides: os invisíveis da cidade. (Maclécio)
§        Precisamos pensar em alternativas viáveis para o coletivo.
§        Por que não conseguimos mais nos desvincular de nossos hábitos?
§        A mídia culpabiliza muito o indivíduo. Somos policiados em cada atitude, sejam elas individuais ou não.
§        A questão da consciência é fundamental.
§        Tudo o que fazemos gera um impacto ambiental.
§        PER: capacidade de extrair um significado.
§        ECO-RELACIONAL X EGO-RELACIONAL
§        Saberes da experiência provocam aprendizagens que mudam nosso jeito de ser/estar no mundo.
§        Até que ponto nosso cotidiano nos oferece essas experiências eco-relacionais?
§        Ter consciência eco-relacional.
§        Os hábitos não são abandonados repentinamente.
§        Institucionalização da vida = biopolítica.
§        É preciso perceber nossas contradições.
§        Tipos de violências hierarquizadas, por exemplo, quando você se sente melhor que as outras pessoas quando se é vegetariano ou quando se prefere andar a pé a de carro é um ato de hierarquia ideológica. Você não assume suas contradições.
§        Morte e vida: o que nos importa é o apego.
§        Medo do vínculo = medo do amor.
§        Idolatração da dor X fuga da dor = associamos sempre como processos ruins.
§        No problema está a solução.
§        A vida é uma oportunidade que temos de crescer.
§        O hedonismo tão cobrado é muito perigoso.
§        Dor x sofrimento.
§        Como o modo de estar no mundo repercute nas outras pessoas?
§        Amorosidade é sempre solução?
§        Por mais que se buscar amorosidade seja fundamental, o mais importante é ser.
§        Quais são as atitudes de amorosidade (já que funciona como uma abertura de caminho para o comprometimento)? Até que ponto isso funciona ?
§        Se perceber como parte do mundo já é um caminho.
§        O que alimenta esse sistema? Como posso me contrapor sem propor outra resposta?
§        Ação + integração
§        Compartilhar afetos = comprometimento
§        Até na morte o consumo é gerado.
§        A relação de tempo com o comprometimento de tornar mais agradável pode ser conflituosa (exemplo de andar de ônibus ou carro na cidade).
§        Síndrome da perturbação desequilibrante = se expressa  a partir da externalização.
§        Exposição gera temor.
§        “não há um existir sem uma crítica” (Sahm)
§        Eco-esculhambação.

Obs: Adiamento da entrega do relatório para o dia 18/11
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Relatório 25 de novembro de 2011


Iniciamos pelo fim; Finalizamos pelo início (RAPHAEL)
Fragmentos Dialógicos (ANA MARIA)

Esse relato é um fuxico, uma tessitura elaborada por notas coletivas, feita por tod@s do GEAD, e sistematizado por Raphael e por Ana Maria. Para elaborar e socializar esse quebra-cabeça praxiológico, o texto está colorido, remetendo a individualidade-coletiva d@ autor@.
Nossa reunião começou de forma informal, como de costume, debaixo das castanholas da FACED, num encontro de vida a vida. Vidas que se deleitam nos banquetes das delícias dialógicas e relacionais do ser em comunhão. Esse encontro se inicia com a abertura ao diálogo sincero.
Já na sala da Linha, fomos presentead@s pela arte afetivo-ecológico-maternal da professora Ana Maria. Agora, temos recipientes personalizados, enfeitados com borboletas GEADianas. Como uma sugestão coletiva, cada pessoa irá adotar um copo, amá-lo e cuidar do mesmo (limpando e usando). Beberam nos copos: João, Ana Maria, Mazin, Patrizia, Gabi, Renata, Raphael, Maclécio, Lúcia.
Antes do fim inicial das apresentações, a artista-professora socializou sua percepção sobre o livro Sidarta (de autoria de Hermann Hesse). Tal constatação lembrou-me da minha vivência espiritual budista, o qual pratico desde 2002. Compartilhamos com o coletivo GEADiano as seguintes palavras, numa referência a desiluminação (escuridão fundamental) a que tod@s temos em nossos espíritos. Essa desiluminação faz com que nossa visão com relação ao mundo seja distorcida, naturalizando as exclusões, enxergando como comum a opressão e visualizando a normalidade da necrofilia:
Pobres na virtude e possuindo poucos méritos, eles são oprimidos por inúmeros sofrimentos e, adentrando a imensa floresta das visões distorcidas sobre a existência ou não dos fenômenos e das coisas afins, tornam-se prisioneiros daquelas visões. [O Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa. (Trad. de Marcos Ubirajara de Carvalho e Camargo). São Paulo: Editorama, 2009, p. 45].
Contudo, também temos a iluminação (felicidade absoluta) dentro de nossa vida. No entanto, para visualizar essa possibilidade, é preciso ter certeza de nossa incompletude como seres humano, para, em seguida, buscar um novo olhar sobre si e sobre o mundo.
No momento (trans)formal, fizemos uma dinâmica/estática/dinâmica. O objetivo era coligar os pontos vistos/imaginados/pintados n@ outr@. Aqui, cremos que o fim foi o começo, pois finalizamos a dinâmica pregad@s, unidos da mesma forma que estávamos debaixo da sombra iluminativa das castanholas.
Em seguida, fomos convidad@s a montar um quebra-cabeça, cujas peças foram preenchidas com palavras que nos lembravam à dialógica e a Pespectiva Eco-Relacional (PER). Dentre os termos imaginados pelo grupo temos: amor, ELO, unidade-diversidade, práxis, comunicAção, sentir, encontro, diálogo. Também, tivemos frases incluídas, como, por exemplo: “as correntes que agrilhoam, podem libertar” (João). Acreditamos que a corrente que fizemos para unir os pontos, a partir dos corpos humanos, serviu para libertar a mente das torrentes do isolamento/individualidade.
A importância dos espaços inconclusos na construção do todo. A inconclusão dos ausentes.
O amor aparece duas vezes. É um amor ligado a práxis, ligando o elo ao vazio).
A comunicação ficou de lado, efetivamente, no vazio, uma pontinha ligada a diversidade, unidade, práxis, memoria que não estão como possibilidade de comunicação.
A importância de olhar para aquilo que já existe, aparentemente não existe, mas existe.
Peças vazias são novos elementos a serem encaixados no trabalho coletivo. Os ausentes & futor@s participantes podem contribuir para a totalidade. “o que caracteriza a buraquidade [vazio] é a possibilidade de ser preenchido e esvaziado” (João).
Por que a necessidade de enxergar o vazio?
Talvez, tod@s estejamos no mesmo buraco, numa fundura coletiva, sem eira nem beira. Existe uma definição indefinida da dialógica inter-multi-transcomunicativa. “É como se o criador morresse, depois que a criação vem ao mundo” (Maclécio).
No fim da atividade do quebra-cabeça, observamos que precisamos d@ outr@ para encaixar as peças da vida. Tivemos diferentes participações, para unir os elos individuais. Confiamos que o começo foi o fim; iniciamos dialogando embaixo as castanholas, da mesma forma que finalizamos a dinâmica.
Vídeos que espectoparticipamos:
·        Original Frankenstein 1931 ( < http://www.youtube.com/watch?v=rSCBvu_kijo >)
Surgem monstros quando se impõe, desconexão, esquisito.
[No filme] não tem um processo de comunicação genuína entre os dois lados. O criador more depois que a criação é lançada ao mundo.
A experiência se torna experiência pela reflexão que se faz sobre ela.
Manter a tensão permanente entre similitude e singularidade como potencialidades de não homogeneização.
É preciso que haja disposição dialogal, pessoas dialogantes.
·        Os trapalhões e os mágicos de Orós ( < http://www.youtube.com/watch?v=qE2SwRJntVE >)
Contextualização e percursos.
O que repugno no outro é por que ainda tenho o repugnado em mim.
Tudo que liga o negro caricato é enfatizado [no filme]
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